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PROJETO PILOTO

Prefeitura vai testar novo sistema de tratamento na ETE Carioba

Sistema de lodos ativados é alternativa para ampliar capacidade da estação com custo menor; empresários cobram regularização na Justiça

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13 de novembro de 2020, às 08h18 • Última atualização em 13 de novembro de 2020, às 14h09

Em acordo judicial, administração prometeu conclusão das obras da ETE Carioba até o final do ano que vem - Foto: Marcelo Rocha / O Liberal_7.11.2019

A Prefeitura de Americana anunciou nesta quinta-feira (12) que vai testar um novo sistema de tratamento para os efluentes da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Carioba. O projeto piloto será conduzido pela empresa Keviva, de Curitiba (PR), e não haverá custos para o município neste primeiro momento.

Caso os testes alcancem os resultados esperados, a tecnologia poderia ser a solução para elevar a capacidade de tratamento da estação e alcançar as metas estipuladas em TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MP (Ministério Público).

O orçamento prévio do serviço é estimado em pouco mais de R$ 20 milhões, valor inferior ao do projeto original de ampliação da estação, que beirava os R$ 80 milhões.

O anúncio acontece no momento em que a Associação das Empresas Cotistas da ETE Carioba move uma ação na Justiça para obrigar a prefeitura a iniciar e concluir as obras de adequação da estação até 31 de dezembro. Ainda não houve decisão.

O motivo é de que a licença de operação dos 38 empresários, que é emitida pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), vence no final do ano. A renovação está condicionada a reforma e ampliação da ETE; as empresas descartam seus efluentes na unidade.

A exigência foi definida no TAC com o MP, firmado originalmente em 2012, aditado em 2017 e que vence em dezembro. A prefeitura pediu a prorrogação por três anos, mas o promotor Ivan Carneiro Castanheiro ainda analisa o pedido.

Em vídeo publicado no Facebook na tarde desta quinta-feira, o prefeito Omar Najar (MDB) informou que o projeto piloto será implantado no dia 23 de novembro. Trata-se de um sistema de lodos ativados – utilizado para despejos residenciais e industriais – em formato modular, o que permite a ampliação da capacidade de acordo com a necessidade.

No mesmo vídeo, o superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto), Carlos Cesar Gimenes Zappia, disse que a unidade para testes será pequena, com capacidade para tratar de 8 a 15 litros por segundo.

“A empresa vai executar o piloto para que ela possa determinar efetivamente os custos, tamanhos, dimensionamento completo da unidade final, bem como qual a capacidade de remoção de carga orgânica que vai acontecer no final, em função da característica única dos nossos esgoto, que compreende tanto esgoto industrial quanto doméstico”, explicou Zappia.

Atualmente, a ETE Carioba trabalha com cerca de 50% de eficiência. O exigido por lei é 85%. Segundo Zappia, o objetivo é tratar todo o esgoto da bacia da estação; geralmente, a eficiência com lodos ativados fica acima de 90%.

O projeto da empresa curitibana não está presente na documentação entregue pela prefeitura ao MP para tentar a prorrogação do TAC. Segundo Ivan Carneiro, o material enviado cita que a ideia é ampliar a ETE com investimento de R$ 60 milhões em recursos próprios, com R$ 20 milhões ao ano.

“Quando o piloto estiver em funcionamento, obviamente a promotoria vai ser convidada para poder assistir e ver o equipamento em funcionamento e, consequentemente, vai ser tudo devidamente relatado para que possa compor a nossa estratégia de melhoria e ampliação da ETE Carioba”, disse Zappia.

Até então, a ideia era abrir uma licitação em dezembro para desenvolver um novo projeto de ampliação da estação. “Provavelmente, se esse piloto der todos os resultados que nos esperamos, essa parte será suprimida em função do piloto”, acrescentou o superintendente.

Reforma

Paralelamente, o DAE publica nesta sexta-feira (13) o edital de licitação para reforma da ETE Carioba. A ideia é recuperar a capacidade original da estação. Estimada em R$ 10 milhões, a reforma levaria cerca de nove meses para ser concluída e poderia elevar a eficiência para até 80%.

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