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Americana

Prefeitura pagou R$ 871 mil em subsídio para a Sou Americana

Repasses, revelados pelo governo nesta quinta, são referentes a seis meses e ajudam a segurar o valor da tarifa; vereadores querem convocar empresa após paralisação

Por Ana Carolina Leal

03 de dezembro de 2021, às 07h31 • Última atualização em 11 de maio de 2022, às 21h05

A Prefeitura de Americana pagou R$ 871 mil em subsídio para a Sancetur, concessionária que opera o transporte público na cidade por meio da Sou Americana. O repasse, revelado pelo governo nesta quinta-feira, refere-se a sete meses – retroativo de abril a outubro – e ajuda a segurar o valor da tarifa.

Segundo a prefeitura, esse subsídio é parte dos esforços da administração no início do ano para manter o valor atual da passagem, uma vez que o processo licitatório iniciado antes da atual gestão, previa a tarifa no valor de R$ 5,40. O valor praticado atualmente é R$ 4,70.

As ações foram embasadas por projeto de lei no início do ano, que também incluíram o corte da obrigatoriedade de cobradores.

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Conforme decreto publicado em setembro no Diário Oficial do Município, a prefeitura pagará R$ 0,55 por passageiro que faz uso de tarifa integral e R$ 0,27 por passageiro com desconto tarifário. O valor pago pela prefeitura variará de acordo com o número de passageiros ou até o teto de R$ 150 mil mensais, conforme aprovado pela câmara.

Na manhã desta quarta-feira, motoristas paralisaram as atividades para reivindicar o pagamento da primeira parcela do 13º salário. A categoria também relatou ao LIBERAL que a Sou Americana pretendia transferir o registro dos trabalhadores para uma outra empresa sem pagar os 40% de multa sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e parcelar o acerto das verbas rescisórias em seis vezes.

A paralisação chegou ao fim às 13h30. Presidente do Sindicato dos Rodoviários de Americana e Região, Claudemir da Cruz disse que a empresa voltou atrás na decisão de terceirizar o trabalho dos motoristas e se comprometeu a pagar o 13º salário.

Ao LIBERAL, usuários surpreendidos pela paralisação nesta quarta-feira reclamaram de superlotação nos ônibus, precariedade dos veículos e redução no número de coletivos em circulação. “O valor da passagem está lá em cima e a qualidade dos ônibus é uma negação”, desabafou uma das entrevistadas.

Motoristas paralisaram atividades na quarta por atraso no 13º e ameaça de transferência – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Pelo contrato de concessão do transporte público assinado em março com a prefeitura, a Sancetur tem que manter em operação 65 ônibus. Atualmente, 46 veículos estão em circulação. O convênio tem validade de 15 anos com valor estimado em R$ 511 milhões.

A reportagem tenta desde quarta-feira um posicionamento da Sancetur sobre os apontamentos dos trabalhadores bem como dos usuários do transporte público, mas não tem retorno.

Comissão quer convocar representante da Sancetur na câmara

A Comissão de Meio Ambiente, Transporte e Comunicação da Câmara de Americana pretende convocar, nos próximos dias, representantes da Sancetur, trabalhadores e o sindicato da categoria para esclarecimentos.

“A gente, como comissão, vai investigar o que foi denunciado [funcionários teriam sido coagidos para abrir mão dos direitos trabalhistas] e se necessário intervir pelos meios legais que compete ao Poder Legislativo”, declarou o vereador Léo da Padaria (PV), presidente da Comissão de Transporte, durante sessão nesta quinta-feira.

Também integrante dessa comissão, o vereador Vagner Malheiros (PSDB) disse que Americana está refém da Sancetur. “O transporte coletivo vem sendo precarizado e não é de hoje. Faço um apelo ao prefeito Chico Sardelli para que não permaneça mais refém dessa empresa”, afirmou.

Malheiros protocolou um requerimento em que pede informações ao Poder Executivo sobre a possibilidade de municipalização do serviço de transporte coletivo. Ao LIBERAL, a prefeitura disse que “não há previsão para isso, no momento”.

Na segunda gestão de Waldemar Tebaldi (1989 – 1992), a Prodam (Progresso de Americana), que era uma empresa de economia mista dentro da prefeitura, assumiu parte do transporte coletivo da cidade. Na época, o serviço era administrado pelas empresas AVA (Auto Viação Americana) e Princesa Tecelã. A Prodam colocou ônibus para auxiliar o transporte coletivo na cidade e contratou motoristas e cobradores.

Sobre o apelo do vereador Vagner Malheiros, a administração afirmou que “não há condição de refém, que a empresa é concessionária de um serviço por meio de contrato”.

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