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Americana

Prefeitura cobra R$ 821 mil de Diego de Nadai e mais oito

Ações apontam pagamento de aluguel em duplicidade, concessão de adicional de insalubridade irregularmente e serviço não existente

Por George Aravanis

19 de novembro de 2019, às 08h03 • Última atualização em 19 de novembro de 2019, às 08h06

A Prefeitura de Americana ajuizou três processos contra o ex-prefeito Diego De Nadai (sem partido), outras sete pessoas e uma empresa cobrando R$ 821,4 mil de ressarcimento aos cofres públicos. O governo também pede a suspensão de direitos políticos de Diego e de alguns dos envolvidos.

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Nos processos, a administração aponta que, durante a gestão Diego, houve pagamento de aluguel em duplicidade, concessão de adicional de insalubridade irregularmente a três servidoras e pagamento de serviços não executados durante a construção de uma creche. Diego diz que não teve conhecimento dos casos (leia nesta página). As ações foram movidas entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro e pedem o pagamento solidário dos valores (repartidos entre os requeridos).

Em uma das ações, o governo Omar Najar (MDB) aponta que a prefeitura pagou dois aluguéis pela mesma área entre 2011 e 2015. No espaço funciona o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). A ação cobra R$ 510,6 mil de ressarcimento de Diego e do proprietário, João Evangelista Machado, que nega irregularidade.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Em uma das ações, prefeitura aponta que pagou dois aluguéis em área onde funciona o CCZ

De acordo com a prefeitura, em 2010 a prefeitura fez um contrato de locação de uma área ao lado de onde já funcionava a unidade de zoonoses. O contrato era de R$ 9 mil mensais. Em 2014, o valor alcançou R$ 10,1 mil. Já no governo Omar, em abril de 2015, o contrato foi renegociado. A área locada foi reduzida e o valor do aluguel caiu para R$ 3,5 mil. O proprietário e o governo Omar então iniciaram uma discussão sobre valores atrasados.

A prefeitura, então, ao analisar documentos referentes ao terreno, diz ter descoberto que a mesma área já era locada pela prefeitura desde 1999, pelo valor de R$ 5,9 mil. “Apurou-se também que mensalmente desde 2010 eram lançados contra a Municipalidade autora, dois débitos, cada um referente a um contrato, como se fossem áreas distintas, quando na realidade, o primeiro contrato já incluía a área correspondente ao segundo contrato.”

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Em outra ação, a gestão Omar cobra de Diego, de um ex-engenheiro da prefeitura, de uma empresa e do ex-secretário de Educação, Luciano Corrêa, a devolução de R$ 276,6 mil. A justificativa é que a prefeitura pagou serviços não executados durante a construção da creche do Vale das Nogueiras. No processo, a prefeitura diz que houve a antecipação dos pagamentos e que parte dos serviços não foi executada, como a administração diz ter descoberto depois.

Em mais uma ação, o governo aponta um prejuízo de R$ 34 ,1 mil por meio da concessão de adicional de insalubridade a três servidoras sem respaldo técnico, segundo o governo. Uma delas, inclusive, tinha tentando o adicional na Justiça e teve o pedido negado. Nesta ação, a prefeitura cobra também o ex-prefeito interino Paulo Chocolate e alguns de seus ex-secretários.

Ex-prefeito diz que não sabia sobre situações

O ex-prefeito Diego De Nadai disse nesta segunda-feira ao LIBERAL que não tem conhecimento nenhum sobre o assuntos. “Esse tipo de assunto não passa pela mesa de nenhum prefeito, ou seja, não tenho nenhum conhecimento sobre eles”, informou Diego em nota. Ele ainda afirma que a atual gestão da prefeitura é “uma verdadeira indústria de ações e perseguições, principalmente contra seus adversários políticos!”

João Evangelista Machado, dono da área onde funciona o centro de zoonoses, nega qualquer irregularidade. Ele diz que, em 2010, a prefeitura pediu para que ele ampliasse a área construída do centro, porque precisava de acomodações maiores e não tinha dinheiro. Machado diz que, após reuniões com o jurídico da prefeitura, ele concordou em fazer a obra, que lhe custou entre R$ 600 mil e R$ 700 mil. O comerciante afirma que, na época, ficou combinado que seria acrescido um valor no aluguel que já recebia, e que não sabia que estavam sendo cobrados dois aluguéis pelo espaço.

“Se teve erro, foi da prefeitura”, afirmou Machado, que diz que agiu de boa vontade para colaborar com a administração e que ficou no prejuízo, pois não recebeu por meio do “complemento” do aluguel o que gastou na construção.

Diretor da Luxor Engenharia, contratada para o serviço na creche do Vale das Nogueiras, Cristiano Mantovani diz que todos os serviços foram executados, e a empresa entrou na Justiça cobrando valores não recebidos da prefeitura.

Engenheiro apontado como responsável pelas medições, Marcio Moreno foi contatado pelo WhatsApp e questionado. Disse que iria analisar o assunto e não retornou. Luciano Corrêa, ex-secretário de Educação, preferiu não comentar porque diz que não teve acesso ao processo. Os demais citados não foram encontrados.

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