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Praça Malala

Praça no Frezzarin é transformada por iniciativa da comunidade

Iniciativa popular transformou espaço batizado como "Praça Malala", em homenagem a ativista paquistanesa; inauguração será neste sábado

Por Valéria Barreira

26 de junho de 2019, às 10h38 • Última atualização em 26 de junho de 2019, às 10h39

A união de um grupo de pessoas – na maioria mulheres – transformou em praça um espaço antes ocupado só por árvores e mato no Frezzarin, em Americana. A área da prefeitura foi toda revitalizada com brinquedos feitos a partir de material sustentável, recebeu o nome de “Praça Malala”, em homenagem a ativista paquistanesa, e será inaugurada com festa – também feita pela comunidade – no próximo sábado, provando que a expressão “a união faz a força” realmente significa a diferença na busca de mudanças em benefício do coletivo.

A iniciativa foi da jornalista Luiza Cazetta e teve como inspiração as praças Tio Gága e Vó Palmira, frutos também da união popular. Ao se tornar mãe – há quase dois anos – ela passou a frequentar os dois espaços e teve a ideia de fazer algo parecido na área agora revitalizada. Seus pais são vizinhos do terreno e ela cresceu ao lado do local que agora serve de palco para as brincadeiras da filha e de quem mais chegar.

A área fica na Rua Bolívia e embora conste como praça no cadastro da prefeitura, segundo Luiza nunca cumpriu esse papel. “Chamávamos esse local de terreno ou campinho”, lembra. As árvores foram plantadas pelo seu pai com a ajuda de um vizinho. A administração pública se encarregava de podar o mato que crescia entre elas, mas não com a frequência necessária. A união popular alterou essa realidade e à sombra das árvores agora estão vários brinquedos coloridos fabricados principalmente com pneus.

O projeto começou a sair do campo das ideias em janeiro deste ano. Luiza pensou na mudança, o pai apoiou e com a ajuda das mulheres que chegaram a partir das postagens em suas redes sociais, acabou dando vida à praça. “Formamos um grupo com cerca de trinta pessoas, a maioria mulheres com filhos”, detalha a jornalista.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Ideia foi da jornalista Luiza Cazetta, que, ao se tornar mãe, passou a frequentar espaços semelhantes, como Tio Gága

A revitalização do espaço levou três meses e foi impulsionada pelos mutirões aos finais de semana. Além de pintados, os pneus também foram furados para evitar acúmulo de água. Eles estão por toda parte, da lixeira lilás ao trator e pula-pula feito com as tiras da borracha.

Mais que inspiração, o Gága (engenheiro Luiz Gonzaga Trevisani) compareceu à praça algumas vezes para apoiar a iniciativa e também doou balanços. Além dele, mais pessoas se prontificaram a colaborar para viabilizar o projeto. “Chegamos a fazer vaquinha no grupo para comprar algumas coisas, mas tivemos também bastante ajuda”, diz a jornalista, que acabou se surpreendendo com o interesse das pessoas em querer cooperar.

A cada postagem divulgando o projeto, não faltavam voluntários. Foi o caso, por exemplo, do mural pintado com o nome da praça pelas meninas do coletivo Apoema, de Santa Bárbara, e da “geladeiroteca” doada por uma aluna da Etec (Escola Técnica) de Santa Bárbara. Alguns mutirões de revitalização também receberam a ajuda de funcionários da empresa Sage.

“A praça acabou sendo um movimento não só do bairro. Tem me surpreendido tantas pessoas envolvidas, querendo participar, e aí você percebe que realmente ninguém consegue fazer nada sozinho. Meu pai se desdobra e se dedica muito para fazer os brinquedos, mas só eu e ele não conseguiríamos sozinhos. Foi preciso muita gente para chegarmos até aqui”, fala Luiza.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Espaço ganhou uma geladeiroteca literária

O grupo depende agora da ajuda da prefeitura para conseguir a iluminação da praça para que ela possa ser usada também à noite, um ponto de água e calçada no trecho das ruas Cuba e Honduras.

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