28 de março de 2024 Atualizado 00:13

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Investigação

Polícia Civil procura por testemunha de morte de engenheiro haitiano

Apuração também aguarda laudos para determinar as circunstâncias da morte do haitiano Guerlinx, ocorrida em agosto

Por Leonardo Oliveira

29 de novembro de 2020, às 08h09

Pouco mais de três meses após a morte do engenheiro civil haitiano Guerlinx Doriscard, de 29 anos, a Polícia Civil de Americana tenta localizar uma testemunha para depor sobre o caso e também aguarda laudos que apontem as circunstâncias do óbito, ocorrido no dia 14 de agosto.

O que se pode afirmar até agora, segundo o delegado Marco Antônio Pozeti, responsável pela investigação, é que o laudo necroscópico confirmou a morte por carbonização. Há, no entanto, a pendência de um laudo do Instituto de Criminalística, que deve indicar como a morte ocorreu.

Guerlinx, de 29 anos, foi encontrado morto – Foto: Arquivo / O Liberal

“Caso tenha sido um suicídio, temos que achar se foi instigado, auxiliado ou induzido. Se não, não há crime. E se houve um crime, tratando-se de homicídio, é tudo parte da investigação. Nós não temos suspeitos nem pra um, nem pra outro”, disse o delegado em entrevista ao LIBERAL.

Um dos objetivos da Polícia Civil é encontrar um homem, também nascido no Haiti, que teria ameaçado Guerlinx em novembro do ano passado. O haitiano, inclusive, chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Americana denunciando o episódio.

No documento, depois de uma confusão que não foi bem explicada no documento, o haitiano teria dito para Guerlinx que o mataria, mesmo que para isso precisasse ir atrás dele no Haiti – essa é a versão dada pelo engenheiro no boletim de ocorrência.

Em julho desse ano, um mês antes da morte, Guerlinx procurou novamente a delegacia para dizer que não tinha intenção de representar criminalmente contra o acusado, alegando que já estava tudo bem, segundo o delegado.

Como esse homem foi um dos únicos desafetos de Guerlinx, foi inserido entre as testemunhas que deveriam ser ouvidas na investigação. Só que a polícia não o achou em sua casa, no bairro Antônio Zanaga, desde então.

Nos registros da PF (Polícia Federal), não consta que ele tenha saído do País recentemente, ainda de acordo com Pozeti. Com isso, novas diligências estão agendadas para tentar localizar a testemunha em outros endereços ligados a ele.

Também estão pendentes uma perícia no celular do engenheiro e um laudo toxicológico, elementos que podem contribuir para o sucesso da investigação. O seu corpo foi localizado por moradores próximo a uma horta comunitária do bairro Vila Bela.

ESPERA
Em entrevista ao LIBERAL, a enfermeira Marise Destine, que namorava o haitiano, diz que o pior é não saber o que aconteceu com seu companheiro.

“Como a gente não sabe de verdade como aconteceu, às vezes não consigo dormir. Eu, que estava próximo dele por muito tempo, é uma coisa que não vai sair da minha mente. Sempre fico pensando nas coisas dele e do jeito que ele foi embora, foi triste demais”, declarou.

A morte de Guerlinx chocou e repercutiu nas redes sociais. Ele foi o primeiro haitiano a ingressar na Unisal (Centro Salesiano de São Paulo) em Americana e concluir a formação e teve a trajetória contada pelo LIBERAL.

Publicidade