23 de abril de 2024 Atualizado 17:35

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Americana

Polícia Civil abre inquérito para apurar morte de haitiano

Guerlinx Doriscard, de 29 anos, teve o corpo reconhecido por familiares nesta sexta-feira

Por Leonardo Oliveira

15 de agosto de 2020, às 07h48 • Última atualização em 15 de agosto de 2020, às 07h49

Corpo de Guerlinx foi localizado por um morador próximo a uma horta comunitária do bairro Vila Bela – Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal

A morte do engenheiro civil Guerlinx Doriscard, de 29 anos, será investigada através de um inquérito policial aberto pela Polícia Civil de Americana. O corpo dele foi encontrado carbonizado na manhã desta quinta-feira, na região do Antônio Zanaga.

A informação foi confirmada pelo delegado Marco Antônio Pozeti, responsável pelo caso, em entrevista ao LIBERAL, na tarde de ontem. O delegado afirma que ainda não há evidências para indicar se o caso se tratou de um homicídio.

“Nós ouvimos todos os familiares, vamos instaurar o inquérito policial para apurar o que aconteceu para sabermos a causa da morte. Ainda dependemos do laudo necroscópico, porque o fato de estar queimado não significa que ele tenha morrido por causa do fogo”, afirmou.

O cadáver foi localizado por um morador próximo a uma horta comunitária do bairro Vila Bela. Do lado dele havia uma lata de querosene e uma caixa de fósforo. O corpo estava quase todo queimado, por isso a identidade não foi determinada naquele momento.

Fotos da vítima começaram a viralizar nas redes sociais e chegaram até os familiares, que se dirigiram até o IML (Instituto Médico Legal) de Americana na manhã desta sexta e confirmaram que se tratava do engenheiro. “É o corpo dele. Eu reconheci ele. Com certeza é meu namorado”, disse a enfermeira Marise Destine, namorada de Guerlinx.

Como protocolo, ainda haverá a comparação pela arcada dentária com uma radiografia dele para comprovar a identidade em laboratório. Pozeti afirmou ao LIBERAL que, apesar disso, já é possível dizer que o corpo é de Guerlinx, pois muitos familiares reconheceram.

Por isso, ele parece como vítima no boletim de ocorrência registrado na delegacia da cidade. Não há nenhum suspeito do crime até o momento. O que se sabe é que Guerlinx chegou a registrar um boletim dizendo que havia sido ameaçado, mas depois desistiu da queixa. A polícia vai buscar ouvir a pessoa acusada, embora ela ainda não seja considerada uma suspeita.

A circunstâncias do falecimento morte serão determinadas pelo IC (Instituto de Criminalística) e a causa da morte pelo IML. O laudo necroscópico deve retornar em até 30 dias, afirma Pozeti.

Segundo a namorada, Guerlinx foi visto pela última vez na quarta-feira, quando saiu de casa por volta das 13 horas, sem documentos e sem levar o celular. “Eu tentei ligar pra ele e não consegui achar ele. Aí eu liguei para a mãe dele, que falou que também estava procurando”, disse Marise.

Ao LIBERAL, a enfermeira diz agora só espera saber o que houve com seu companheiro. “Ele era é gente boa demais. Só Jesus que sabe. Na nossa tristeza, a gente tem que só agradecer a Deus por tudo, pedir força pra ele. Eu espero muito saber o que aconteceu com ele. Eu quero a Justiça ajude a gente nesse momento que é muito difícil.. Eu acredito na Justiça no Brasil”, finaliza.

Empreender e inspirar

Em fevereiro deste ano, a trajetória de Guerlinx foi contada pelo LIBERAL na seção ‘Boas Histórias’. Ele foi o primeiro haitiano a ingressar na Unisal (Centro Salesiano de São Paulo) em Americana e concluir a formação

Ele vivia há seis anos na cidade e esteve entre os formandos do curso de Engenharia Civil da Unisal. A ideia inicial de GD, como ficou conhecido na faculdade, era se dedicar à um curso técnico, embora já tivesse algumas formações no Haiti. Entre idas e vindas em busca de oportunidades, iniciou a graduação.

A bolsa de estudos integral foi conquistada com a participação em projetos da faculdade. Dentre eles, o desenvolvimento de um tijolo ecológico, logo no primeiro ano de curso, que já é fabricado em Hortolândia.

Publicidade