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ELEIÇÕES 2020

Participação de negros e mulheres na eleição cresce em Americana

Número de candidatos que declararam ter a pela preta cresceu 87%; presença feminina sobe 41%

Por André Rossi

29 de setembro de 2020, às 08h07 • Última atualização em 29 de setembro de 2020, às 13h59

A participação de negros e mulheres na eleição deste ano aumentou em Americana na comparação com o pleito de 2016. O levantamento foi feito pelo LIBERAL a partir dos dados do DivulgaCand (Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais).

A plataforma é mantida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e todos os candidatos precisam ter o pedido de registro aprovado pela Justiça Eleitoral. Até o momento, os concorrentes da região ainda aguardam o julgamento pelo órgão.

Para a eleição deste ano, há 43 candidatos em Americana que declararam ter a cor de pele preta. No pleito anterior eram 23, o que representa um salto de 87%.

Concorrentes da região: Representatividade nos cinco municípios da Região do Polo Têxtil – Foto:

Também houve elevação na presença dos negros no quadro geral, ainda que mais modesta. Dos 523 candidatos que disputam a eleição na cidade, 8% são negros. Enquanto que em 2016, a porcentagem era de 6% entre os 392 candidatos.

Já nas cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), são 186 candidatos negros contra 101 na eleição de 2016, um aumento de 84%. Ou seja, dos 1938 candidatos na região, 10% são negros, enquanto no pleito anterior, entre os 1571 candidatos, 6,4% eram negros.

A única cidade que não teve aumento foi Nova Odessa. O número se manteve o mesmo da eleição anterior: seis candidatos negros.

Hortolândia é o município com mais candidatos negros: 64 (em 2016 foram 24). Já Santa Bárbara d’Oeste tem 37 (era 22) e Sumaré 36 (26 na eleição anterior).

Presença feminina

A eleição de 2020 será histórica para as mulheres em Americana. Além de ser a primeira desde a redemocratização com candidatas disputando o cargo de prefeita, o número total de mulheres cresceu 41%.

Em 2016 eram 123 candidatadas. Neste ano, 173, o que representa 33% dos candidatos.

A vereadora Maria Giovana Fortunato (PDT), a ex-vereadora Lurdinha Ginetti (PT) e a fisioterapeuta Talitha De Nadai (PSD) disputam a prefeitura.

Há ainda três candidatas a vice-prefeita: a professora Adriana de Abreu (Psol), a cabo Cláudia Leal (PSL) e a pedagoga e advogada Kelly França (Solidariedade).

Na RPT, o número de mulheres cresceu 26%. São 631 candidatas neste ano (33% do total) contra 499 da eleição anterior (32%).

A única cidade que teve queda na presença feminina foi Santa Bárbara: de 116 para 108.

Para o advogado especialista em direito público e eleitoral, Angelo Pessini, o aumento nos dois indicadores tem a ver com o maior incentivo para a participação de “minorias” na política. Duas movimentações recentes do STF (Supremo Tribunal Federal) também precisam ser levadas em consideração.

Em 2018, uma decisão do tribunal determinou que os partidos reservassem um mínimo de 30% do fundo partidário para bancar candidaturas de mulheres. Portanto, em uma chapa completa de 29 candidatos, é necessário ter nove mulheres.

Já no início deste mês de setembro, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, decidiu que a cota financeira para negros deve ser válida para as eleições de novembro. No entanto, o tema ainda não está definido e precisa ser aprovado em plenário no STF.

“Acho que o Supremo encarou isso na mesma vertente da questão que foi feita anos atrás sobre os gêneros, como forma também de incentivar a maior participação de negros. Ao meu ver, não está atrelada amplamente ao aspecto financeiro, e sim para realmente alavancar como fez com a cota de gêneros, o que é muito bem-vindo”, avaliou Angelo.

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