Americana
Pai e filho são julgados por assassinato de dona de casa
Cleunice Rodrigues foi jogada viva nas águas do Rio Piracicaba pelo ex-genro em 2017, de acordo com denúncia feita pelo MP
Por Leonardo Oliveira
17 de setembro de 2019, às 09h41
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/pai-e-filho-sao-julgados-por-assassinato-de-dona-de-casa-1076740/
Os dois acusados pela morte da dona de casa Cleunice Rodrigues, em 2017, passarão pelo Tribunal do Júri de Americana nesta terça-feira.
Na época, a mulher foi jogada viva nas águas do Rio Piracicaba pelo ex-genro Allan Trecino Santos, segundo a denúncia apresentada pelo MP (Ministério Público).
Carlos Alberto dos Santos, pai de Allan, também responde por homicídio qualificado por supostamente ter participado do crime – ambos estão presos.
A pena, nestes casos, varia de 12 a 30 anos de prisão. Por terem ameaçado uma das testemunhas do processo, podem pegar mais tempo caso sejam condenados.
O crime aconteceu na noite do dia 15 de outubro de 2017, e o corpo levou quase um mês para ser localizado. A mulher, que tinha 40 anos, desapareceu após sair da casa da filha durante a madrugada. Seu veículo foi encontrado no dia seguinte com duas marcas de tiros em um canavial, em Limeira.
De acordo com a denúncia, Cleunice, moradora do bairro São Jerônimo, foi até a casa do ex-genro, no Parque Planalto, em Santa Bárbara d’Oeste, para tirar satisfação por conta de um desentendimento, momentos antes, entre ele e a filha dela. A dona de casa estava acompanhada de uma amiga.
A vítima teria descido do carro e começado a chamar pelo ex-genro, batendo no portão da casa com um pedaço de madeira. Ela foi atendida por Carlos, quando teve início a discussão.
Allan apareceu com uma arma de fogo. Apesar disso, a ex-sogra tentou agredi-lo com um tapa, mas o movimento teria feito o revólver disparar, atingindo o portão.
Enquanto corria para o carro, Cleunice foi atingida no tórax pelo ex-companheiro da filha. Allan teria entregado a arma ao pai e ido em direção à amiga da dona de casa, dizendo que terminaria o “serviço”. Ele acabou liberando a testemunha após ela ter implorado.
Allan assumiu a direção do carro da ex-sogra, a colocou no banco do passageiro e pediu que o pai o acompanhasse em outro veículo até a ponte sobre o Rio Piracicaba.
No trajeto, a dona de casa teria dito a Allan que havia perdido a sensibilidade nas pernas e implorou por socorro. O pedido, no entanto, foi negado por ele.
Ao chegarem no destino, Allan jogou a vítima, ainda viva, no rio. Cleunice chegou a se segurar no gradil existente na lateral da ponte, mas seu ex-genro chutou suas mãos, fazendo com que ela se soltasse e caísse na água.
Na sequência, ele abandonou o carro da vítima em um canavial, em Limeira. No dia seguinte ao crime, os suspeitos, acompanhados de outros homens não identificados, procuraram pela testemunha na casa dela, obrigando-a fugir. Dois dias depois, descobriram onde a mulher estava – na casa de um tio – e voltaram a ameaçá-la efetuando disparos de arma de fogo contra a residência.
Pai e filho foram presos no dia 10 de novembro na cidade de Assis Chateaubriand, no Paraná. O corpo da vítima foi encontrado dois dias depois no Rio Porto de Areia, no bairro Tanquã, em Piracicaba.
A reportagem entrou em contato com a advogada Iracilda Xavier, responsável pela defesa dos acusados, mas ela preferiu não se posicionar sobre o júri.
Também foi tentado contato com a filha da vítima, mas as ligações para o telefone dela não foram atendidas.