Americana
Pai e filho pegam 13 anos por assassinato em 2017
Cleunice Rodrigues foi jogada viva de uma ponte nas águas do Rio Piracicaba pelo ex-genro no dia 15 de outubro de 2017
Por André Rossi
18 de setembro de 2019, às 09h18 • Última atualização em 18 de setembro de 2019, às 10h38
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/pai-e-filho-pegam-13-anos-por-assassinato-em-2017-1077221/
Allan Trecino Santos, 25, e seu pai Carlos Alberto dos Santos, 56, foram condenados a 12 anos de prisão em regime fechado e um ano em regime aberto pelo assassinato da dona de casa Cleunice Rodrigues, em 2017. A sentença foi proferida nesta terça-feira pelo Tribunal do Júri de Americana. A audiência começou às 9 horas e foi concluída às 20h10.
Carlos poderá recorrer da decisão em liberdade, já que não haviam requisitos de prisão preventiva. O mesmo não se aplica a Allan, que respondeu ao processo preso e não poderá recorrer em liberdade. As condenações foram fixadas com base no mínimo legal, o que revoltou familiares da vítima.
A mulher foi jogada viva de uma ponte nas águas do Rio Piracicaba pelo ex-genro no dia 15 de outubro de 2017. Uma testemunha que estava com a vítima foi ameaçada na ocasião e nos dias seguintes pelos homens.
Durante o júri, a defesa dos acusados argumentou que não havia elementos suficientes para condená-los pela suposta ameaça. Allan confessava ter disparado contra Cleunice, mas negou que tenha chutado as mãos dela quando a vítima tentou se segurar no gradil existente na lateral da ponte.
Na sentença lida pelo juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, a pena base deveria ser aplicada acima do mínimo legal considerando que o réu “prosseguiu para a consumação do homicídio mesmo após o pedido de socorro da vítima antes da queda no rio Piracicaba”.
Entretanto, o comportamento da vítima teria sido levado em consideração, pois “mesmo avisada pela filha para não buscar satisfação sobre o que tinha ocorrido com ela [filha], compareceu na residência dos réus de forma agressiva, com pedaço de pau e ainda teria desferido tapa no rosto do réu Allan”.
Cleunice foi até a casa do ex-genro para tirar satisfação por conta de um desentendimento entre ele e a filha dela. Allan apareceu com uma arma de fogo e a mulher tentou agredi-lo, mas o movimento teria feito o revólver disparar, atingindo o portão.
Enquanto corria para o carro, Cleunice foi atingida no tórax pelo homem, que a levou até a ponte. O pai dele acompanhou em outro carro.
“Então, em matéria de pena base é preciso considerar os dois comportamentos e, por questão de justiça, é preciso compensar esses comportamentos e a pena base deve ser fixada no mínimo legal”, traz trecho da sentença.
Pai e filho foram condenados a 12 anos em regime fechado por homicídio e a um ano em regime aberto por coação [ameaças], além de dez dias-multa.
Uma das filhas da vítima, de 20 anos, se revoltou com a sentença. “Daqui dois, três anos ele [Allan] tá na rua. Como que vai dar segurança pra gente? Vocês viram o que fizeram com a minha mãe. 12 anos não é nada pra eles, não”, desabafou.