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Americana

Pagar empréstimo é desafio para 30% dos empresários, aponta pesquisa

Cerca de 60% das empresas com dificuldade para quitar financiamento precisam de mais carência, prazos ou renegociação

Por Marina Zanaki

10 de maio de 2021, às 07h21 • Última atualização em 10 de maio de 2021, às 11h11

As linhas de crédito emergencial, criadas para ajudar as empresas a lidar com a crise econômica decorrente da pandemia, representaram um alívio para o fluxo de caixa no ano passado. Contudo, a data do vencimento da primeira parcela se aproxima ou já venceu, e 30% dos empresários têm dificuldade em honrar o compromisso.

O dado foi apurado em pesquisa do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). As empresas foram ouvidas em dezembro e fevereiro.

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Entre os empresários com dificuldade de honrar as parcelas, 25% apontam uma maior carência como o item mais importante, seguido de maior prazo para diluir a dívida, alternativa respondida por 18% dos entrevistados.

A renegociação do contrato foi apontada por 16% dos ouvidos. Somados os três itens, chega a 60% o percentual de empresas que precisam de alternativas para conseguir pagar a dívida.

Proprietário da Astor Brindes, de Americana, Pedro Marin relata ao LIBERAL ter feito um empréstimo pela linha de crédito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), do governo federal, no ano passado.

O empresário Pedro Marin, da Astor Brindes, de Americana, que aderiu ao Pronampe, linha de crédito do governo federal – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal.JPG

“Quando veio foi algo realmente muito bom, deu uma aliviada em tudo que estava acontecendo. Sem vendas, com faturas de cartões, duplicatas, foi o que deu para a gente segurar e manter a empresa com as portas abertas. Infelizmente, não foi o suficiente para segurar pessoal. Fatalmente, com a queda nas vendas, precisamos desligar alguns colaboradores”, lamenta.

A carência do programa passou de oito para 11 meses em março, mas Pedro avalia que seria essencial aumentar ainda mais esse prazo. A empresa tem forte parceria com o setor automotivo, e a paralisação da produção de concessionárias impactou o faturamento em 2021.

“Estamos no meio da pandemia ainda. Vamos fazer de tudo para honrar o compromisso. Mas se o mercado como um todo não retomar, não tem como. A matemática não fecha”, explica o empresário.

ENDIVIDAMENTO. Diretor do Ciesp Americana, Carlos Frederico Faé alerta que essa dificuldade em quitar financiamentos pode ter como resultado o endividamento.

Levantamento realizado pelo Ciesp de Americana apurou o nível de dívidas das empresas em março em relação a fevereiro. Para 44% dos empresários, permaneceu estável no período. Outros 22% diminuíram o nível de endividamento pois pararam de comprar a prazo. Apenas 33% conseguiram reduzir graças ao desemprenho positivo no faturamento.

“O endividamento lógico que começa a aumentar, e isso começa a comprometer muito o faturamento. A empresa está fadada a entrar em recuperação judicial, ou até mesmo a interromper as atividades para honrar os compromissos, principalmente a folha de pagamento”, destaca Faé.

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