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Cadeia Alimentar II

Omar fala em ‘facada nas costas’ e já sonda substitutos para secretários presos

Após reportagem do LIBERAL, prefeito mandou jurídico procurar delegado da PF para checar depósitos envolvendo servidores

Por George Aravanis

29 de novembro de 2019, às 08h05 • Última atualização em 29 de novembro de 2019, às 16h17

O prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), disse nesta quinta-feira ao LIBERAL que o fato de a Polícia Federal apontar que dois de seus secretários receberam propina por meio de depósitos em contas bancárias foi como uma “facada nas costas”. A informação dos pagamentos foi revelada ontem pelo LIBERAL.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
“Em mim foi uma facada nas costas”, disse Omar em entrevista por telefone

Omar disse que pediu para o departamento jurídico da prefeitura entrar em contato com o delegado federal Bruno Rigotti, coordenador da operação Cadeia Alimentar, para perguntar se os comprovantes dos depósitos são autênticos.

Se forem, os dois serão demitidos, afirma Omar, que admitiu que já está sondando possíveis substitutos.

“Imagine você chegando numa situação dessa. Pessoas [que estão] diariamente com você. Muito chato, chateado mesmo. Coisa que a gente não espera. Em mim foi uma facada nas costas”, disse Omar em entrevista por telefone ao LIBERAL, na noite de ontem.

Alex Niuri, secretário de Negócios Jurídicos, e Juninho Barros, secretário de Governo, foram presos temporariamente, por cinco dias, na terça-feira pela Polícia Federal em meio à segunda fase da operação Cadeia Alimentar. Uma funcionária do setor de Suprimentos também foi presa.

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Na quarta-feira, o coordenador da operação disse ao LIBERAL que os três servidores receberam propina, de acordo com o empresário e delator José Geraldo Zana, dono do frigorífico Mult Beef, que tinha contrato com a Prefeitura de Americana. Segundo a PF, propinas eram pagas para favorecer a empresa em licitações em várias cidades do Estado.

O delegado explicou que Juninho indicava contas e fazia a divisão dos pagamentos, inclusive a Niuri. A esposa e um dos filhos do secretário também teriam recebido R$ 10 mil cada um.

“Essa coisa de mandar dinheiro pra mulher, pra filho, é muito grave. A gente ficou muito aborrecido com isso”, afirmou o prefeito, que disse que as pessoas têm direito a se defender e que a decisão sobre a exoneração só será tomada após a resposta da polícia.

A reportagem perguntou o que acontecerá se a PF não quiser dar informações à prefeitura. Omar afirmou que “a polícia tem que provar a acusação”. “Eles devem ter provas e com certeza a polícia vai ter que se explicar também.”

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Em depoimento à polícia, Juninho disse que os depósitos são fruto de uma consultoria que ele prestou à empresa, de acordo com o delegado. Todos negam irregularidades. O advogado dos secretários diz que se manifestará sobre os depósitos após ter acesso a todas as provas do inquérito.

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O delegado diz que não deve pedir a prorrogação da prisão temporária, que termina neste sábado. Sobre os possíveis substitutos, Omar não quis adiantar nomes, mas disse que podem sair de dentro da prefeitura.

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