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Americana

Número de imóveis visitados em ação contra dengue caiu 25%

Redução de ações casa a casa é apontada como um dos fatores que contribuem para epidemias; queda é normal, diz prefeitura

Por Marina Zanaki

13 de julho de 2019, às 08h56 • Última atualização em 13 de julho de 2019, às 08h59

Foto: Marcelo Rocha - O Liberal
Visitas de agentes buscam identificar criadouros do mosquito Aedes aegypti

O número de imóveis que receberam ações de combate à dengue em Americana em 2018 diminuiu 25% em relação ao ano anterior. O programa esteve em 68 mil imóveis no ano passado e em 91 mil em 2017.

Nos dois anos, as visitas foram feitas por equipes da própria prefeitura. Em relação a 2016, quando o trabalho era feito por uma empresa terceirizada, a queda foi maior – de 47%. Naquele ano, haviam sido visitados 173 mil imóveis.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a redução nos imóveis trabalhados na campanha pode ter contribuído para a epidemia registrada esse ano. Já a prefeitura considera normal a queda entre 2017 e 2018.

O número de casos de dengue em Americana em 2019 é o terceiro maior já registrado no município até então. São 4.520 confirmações e duas mortes.

As visitas casa a casa são feitas para promover ações de controle de criadouros, busca ativa, avaliação de densidade larvária, nebulização e orientação.

Doutora em ciências biológicas, a professora da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Silvia Gobbo, aponta que nos anos em que há uma redução nos casos de dengue há uma tendência de campanhas mais “contidas”. Em 2017 e 2018 foram registrados, respectivamente, 18 e 15 casos da doença em Americana.

“O aumento de casos esse ano pode ser um reflexo de pouca atividade contra criadouros no ano passado”, avalia a professora. Ela cita a resistência do mosquito como dificuldade de se reduzir a proliferação do Aedes aegypti.

“Os ovos duram em média de um a dois anos, mas podem ficar até três anos. Então, essa redução da campanha de criadouros pode não só afetar 2019 mas até 2020”, alertou.

De janeiro a junho deste ano, foram trabalhados 85 mil imóveis, segundo a prefeitura. A previsão da administração é que até dezembro sejam visitados 120 mil. Este ano, o município conta com uma empresa terceirizada no combate à dengue.

Questionada sobre a diminuição de imóveis trabalhados em 2018, a prefeitura explicou que ela pode estar relacionada a fatores do funcionalismo, como férias e licença-prêmio. Além disso, lembrou que a dengue é uma doença cíclica, cujo foco de combate pode variar.

O coordenador do PMCD (Programa Municipal de Controle da Dengue), Antônio Jorge da Silva Gomes, diz acreditar que um número maior de visitas ajuda a orientar a população para o controle da dengue.

Ele faz ressalva, porém, em atribuir a redução no trabalho dos últimos anos à epidemia de 2019. “São diversos os motivos que podemos citar, como a baixa incidência de casos positivos, que faz com que saia de evidência da mídia, o que pode fazer com que a população ‘relaxe’ nos cuidados e, principalmente, a reintrodução do vírus tipo 2”, explicou o coordenador.

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