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LIBERAL entrevista

Novo presidente da AMA projeta volta de eventos e informação segura

Prioridades são elencadas pelo médico Renato Monteiro, que tomou posse como presidente da Associação Médica de Americana em outubro

Por Marina Zanaki

03 de novembro de 2020, às 08h38

O médico Renato Monteiro assumiu em outubro a presidência da AMA (Associação Médica de Americana). Entre as prioridades de sua gestão, ele afirma que estão a retomada de eventos na sede da associação, a exemplo de cursos e palestras, assim como a contribuição com a divulgação de informações seguras a respeito da saúde. Um dos exemplos citados pelo médico é o objetivo de lançar um site da associação.

O profissional atuou por sete anos na Associação Nacional de Medicina do Trabalho em nível nacional e no Grupo Ramazzini, em Campinas, um grupo de médicos mobilizados por melhorias na área. Em Americana, ele já trabalhou na Comissão de Saúde e na administração do Hospital São Francisco.

Renato Monteiro substituiu o pediatra Romar Cullen Dellapiazza à frente da AMA, fundada há mais de 40 anos. O novo presidente, que nasceu em Americana, é especializado em medicina do trabalho, trânsito, perícia médica, cirurgia geral, saúde pública e financeiro.

Monteiro já fez parte de associação nacional e do Hospital São Francisco – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O senhor pode falar um pouco sobre a AMA e sobre o que ela realiza?
Participei da AMA desde o início, é uma sociedade local dos médicos, no seu escopo principal está fazer análise de como está a saúde do local, o que pode fazer para a cidade em termo de área médica – não só medico, mas saúde como um todo. Esse é o caminho que tem e o escopo da AMA. Já passaram vários colegas que administraram, alguns momentos voltados para público em geral, palestras, artigos, contribuíamos com o próprio LIBERAL com algumas matérias. Na internet você encontra de tudo, mas tudo mesmo. Estamos invadidos de informações, mas fidedignas são o melhor.

Quais suas prioridades na presidência da AMA?
Primeiro trazer alterações. Buscar modernidade, em termo administrativo. Melhoria em termo de atualidades, para essa chapa convidei colegas mais jovens, com novas ideias, vamos trabalhar em cima disso. Trazer algo que o próprio associado veja como interessante e trazer benefício a nível de cidade. Refazendo o próprio site da AMA, é uma fonte de informação. Está parado há algum tempo, não é uma crítica, é uma melhoria. Hoje em dia não admite que fique sem isso. Tivemos em uma reunião um dos nossos colegas da Sociedade Campineira de Cirurgia. A ideia é fazer algum acordo, link com a sociedade, transitar, trocar ideias. É uma ponte muito interessante. E a própria AMA tem estrutura interessante, auditório que cabem mais de 100 pessoas, que pode ser utilizado pelo próprio público. É totalmente equipada para pequenos cursos, palestras. A ideia é fazer uma atualização, reviver isso, deixar aberto ao público.

Como avalia que tem sido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) até agora?
Eu penso da seguinte forma: hoje a informação está muito complicada, ter informações realmente seguras. As próprias revistas médicas e internacionais de grande penetração foram envolvidas politicamente. Vários artigos que não eram tão confiáveis. É uma doença nova, um conhecimento novo para nossa geração. Em 1920 teve uma pandemia, mas não aprendemos nada com aquilo. Hoje estamos em fase que fala uma coisa e na semana seguinte está se contradizendo. A única coisa que temos como informação é proteção, usar máscara. Mas isolamento social é muito questionável, a mortalidade bastante baixa. Existe uma ala médica que critica esse tipo de isolamento, outra ala que diz o oposto, não fica com uma posição firme do que é mais importante em relação a isso. Evitar aglomerações é interessante para qualquer virose. Quando fala sobre pandemia, a própria vacina sendo muito contestada, é uma coisa muito confusa para todo mundo. Mesmo na área médica, temos mais de uma corrente, cada um fala uma coisa, não dá para tirar resolução final, isso é o confiável. As coisas mudam muito. No início da pandemia a orientação era o uso de máscara só em doentes, hoje o oposto, todo mundo tem que usar.

O que esperar daqui para frente na pandemia? O quanto temos que nos preocupar com uma segunda onda?
O nosso clima mudou, saímos do inverno. Vai ter uma calmaria até maio do ano que vem, e quando voltar a esfriar provavelmente virá uma segunda onda. A intensidade é difícil de prever. Na própria Europa, em relação à segunda onda, estão dizendo que é uma outra cepa, que sofreu mutação. Sendo assim, é outra doença e começa do zero outra vez.

Qual o cenário de serviços médicos na cidade?
Americana é uma cidade privilegiada em termos de médicos, a gente tem quase que todas especialidades com certas facilidades. Algumas que são difíceis, mas são a nível nacional. Inclusive Americana é referência, vem gente de fora se tratar aqui, qualidade relativamente boa. E não foge do padrão nacional, temos muitos médicos que vêm de fora, trabalham aqui e voltam para onde residem. Situação flutuante de médicos em Americana. Acredito que de 20% a 30% dos médicos são nessa situação. Vêm de Campinas, outras cidades, fazem seu plantão e vão embora.

Há alguma especialidade que seja difícil de encontrar?
Psiquiatria, é muito complicado, existem poucos. Neurologista e neurocirurgião. Americana teve afluxo nessa área, mas são especialidades com poucos profissionais. O que temos, mas ainda é pouco, são geriatras, que tratam de idosos. Temos alguns, mas é pouco, porque nossa população está envelhecendo, é uma especialidade importante no dia a dia.

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