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Combustível

Nova gasolina deve diminuir concorrência de preços nos postos

Donos de postos afirmam que novas exigências para gasolina vendida no Brasil devem acabar com preços de "liquidação"

Por Leonardo Oliveira

02 de agosto de 2020, às 08h22

A concorrência entre os postos de combustíveis deve ficar mais competitiva a partir desta segunda-feira, quando toda a gasolina vendida no Brasil terá que atender a novas especificações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Pelo menos é o que acreditam donos de postos em Americana e região ouvidos pelo LIBERAL. Eles defendem que, se houver um trabalho de fiscalização sobre as determinações impostas, aqueles que vendem gasolina de “pior qualidade”, com “preço menor”, terão que subir o valor do produto final para se adequarem.

Valor mínimo da densidade aplicada a partir desta segunda deve ampliar a qualidade – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Segundo o presidente do Recap, o sindicato do comércio varejista de derivados de petróleo de Campinas, Flávio Campos, a Petrobras já atende aos requisitos da nova gasolina. A grande mudança ficaria por conta do combustível que é importado.

“A gasolina brasileira é mais cara. Essas gasolinas de baixa densidade custavam menos, um produto mais barato. Esse produto vai ser restringido no mercado, então esse produto de liquidação não vai ter mais”, diz em entrevista ao LIBERAL.

Quanto maior a densidade do combustível, maior a potência e menor o consumo. Atualmente, a ANP não estipula um valor mínimo para essa propriedade. Com isso, a gasolina chega a variar até R$ 0,30 em cada posto, gerando preços de “liquidação” em estabelecimentos que
apostam preferencialmente na importação.

EXIGÊNCIA
A partir desta segunda, a exigência será de que o valor mínimo da densidade, ou massa específica, seja de 715 kg/m³, o que elevaria a qualidade do combustível. Com isso, há a expectativa que os preços sejam nivelados e o combustível renda mais no tanque do veículo.

“Com esse padrão mínimo estabelecido vai ter que ser um produto um pouco melhor, isso vai influenciar no preço deles [postos que apostam preferencialmente na gasolina importada]”, argumenta Felipe Longo, proprietário de postos de combustíveis da região.

O dono da rede Apollo, Fabiano Finetti, tem o mesmo pensamento. “É bom porque vai diminuir a diferença de preço. Hoje a importada chega a ser R$ 0,10 mais barata e a formulada uns R$ 0,20 mais barata. Como o fabricante vai ter que colocar produto Petrobras, que é um produto mais caro, aí automaticamente vai encarecer o produto dela”, avalia.

Para que a expectativa se concretize, o proprietário de três postos de combustíveis em Americana Augusto Decicco defende uma maior fiscalização da ANP.

“É só mais uma lei. Não sabemos se vai haver controle disso. É bonito no papel, não sabemos se vai chegar mesmo essa gasolina, quem vai
fiscalizar desde a distribuidora até nos postos”, considera.

As distribuidoras terão ainda dois meses para se adequar às novas exigências. No período, terão que permitir o escoamento dos produtos comercializados até este domingo.

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