O número de multas emitidas por agentes de trânsito quase triplicou em junho, mês em que a Área Azul de Americana voltou a funcionar após uma suspensão temporária por causa da quarentena. Foram 3.024 penalidades, alta de 184,7% em relação às 1.062 de maio.

Mesmo com o comércio fechado de novo, a prefeitura disse que não há previsão de suspender a cobrança.

Todas as infrações flagradas na Área Azul são inseridas nas multas de agentes de trânsito, que ainda englobam outras irregularidades, como estacionamento em local proibido em outros pontos da cidade.

O funcionamento do estacionamento rotativo tinha sido suspenso no dia 1º de abril, por causa da quarentena que fechou o comércio para evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Em 1º de junho, as lojas de rua reabriram.

O estacionamento rotativo, então, voltou a funcionar no dia 15 do mesmo mês. Porém, no começo de julho, em meio à evolução da pandemia, a região voltou à fase mais restritiva da quarentena e o comércio fechou de novo. Apesar disso, a cobrança para estacionar nas vagas demarcadas continua.

Para o motoboy Jouber Ricardo Câmara, de 32 anos, “é uma baita sacanagem”, ainda mais em um cenário em que quase tudo está fechado. “Suponhamos que eu tenha uma entrega ou coleta de App no calçadão: se eu venho pela [Rua] Washington Luiz terei de estacionar em algum dos corredores das galerias e ir andando o trajeto para a entrega ou coleta.”
Se o pagamento estivesse suspenso, diz Câmara, ele estacionaria mais perto, o que facilitaria para o entregador e para o cliente.

Questionada se a Área Azul ainda estava funcionando e por qual motivo, já que o comércio está fechado, a prefeitura respondeu: “A área Azul continua em funcionamento. E isso, não só em Americana, mas em várias cidades do Estado.”

Em Santa Bárbara, o estacionamento rotativo também continua em operação, mesmo com o comércio fechado. A prefeitura barbarense explicou que o volume de veículos continua alto e sua função ainda é necessária.

“Vale lembrar ainda que a região central concentra um grande número de serviços considerados essenciais, como bancos, farmácias, lotéricas, entre outros”.

Podcast Além da Capa
Nem mesmo a regressão de Americana e região para a fase vermelha do Plano São Paulo é capaz de resolver o problema da lotação de ônibus do transporte público em horários de pico. A teoria de que menos gente estaria em circulação não se confirma na prática. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com o repórter Leonardo Oliveira e apresenta reflexos regionais desse assunto.