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Boas Histórias

Vítimas de violência serão atendidas por estudantes de psicologia da FAM

Curso de Psicologia trabalha em projeto para oferecer terapia a mulheres que sofreram violência doméstica, além dos agressores

Por Marina Zanaki

05 de fevereiro de 2020, às 09h45 • Última atualização em 05 de fevereiro de 2020, às 09h48

Por acreditar que a psicologia possui uma dimensão que atinge a responsabilidade social, a coordenação do curso de Psicologia da FAM (Faculdade de Americana) está implantando um projeto para oferecer terapia a mulheres que sofreram violência doméstica e, também, aos agressores. A faculdade busca ainda levar esse mesmo serviço a autoridades de segurança que lidam diariamente com essas e outras violências.

Coordenadora do curso e responsável pela Clínica Escola da FAM, na qual estudantes realizam estágio, Aracele Tomiato aposta que a psicologia consegue promover transformações sociais. Foi a partir dessa premissa que a professora idealizou o projeto. “É uma questão de responsabilidade enquanto psicologia e enquanto instituição de ensino, disseminar o nosso conhecimento”, explica.

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A coordenação firmou parceria com a Gama (Guarda Municipal de Americana) para que as mulheres com medidas protetivas sejam acolhidas em um grupo terapêutico. A corporação possui uma equipe que atua no acompanhamento dessas mulheres, a Patrulha Maria da Penha, que deve iniciar os contatos com as vítimas para uma triagem de quem tem interesse e disponibilidade para participar do grupo.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Coordenadora do curso e responsável pela Clínica Escola da FAM, Aracele Tomiato

O objetivo de Aracele é formar um grupo com até 12 pessoas, que serão acompanhadas por duas estagiárias de psicologia. Ela acredita que os atendimentos devem ter início a partir da primeira semana de março.

“Nesse caso específico, a terapia em grupo é muito válida, já que as mulheres que vivenciaram essa situação vão encontrar um grupo de apoio, ver que não são ela as únicas a terem passado por isso. Muitas chegam envergonhadas, ouvir o relato de outras mulheres é importante para ressignificar”, indica a profissional.

Uma das integrantes da equipe Patrulha Maria da Penha, a patrulheira Luciana Marques observa que as violências sofridas pelas mulheres deixam marcas profundas, e indicou que a terapia é uma necessidade em muitos casos.

“O abalo de algumas mulheres é grande, estão tristes, perdidas, não sabem por onde começar, o que fazer, estão com autoestima muito baixa. São vários problemas se acumulando em anos de um relacionamento abusivo”, afirma a patrulheira.

O projeto ainda pretende atender, no segundo semestre de 2020, homens que cometeram agressões contra mulheres. “São muitas variáveis, questão de álcool, drogas lícitas e ilícitas, personalidade, a questão cultural. Acredito que é possível mudar o comportamento, desde que o agressor tenha consciência do que fez, se arrependa e passe por esse processo de amadurecimento, e nós enquanto terapia ajudando”, completa Aracele.

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Agentes de segurança

A Clínica Escola da FAM também está organizando o atendimento de agentes de segurança. A parceria que está mais adiantada nesse sentido é com a Gama, segundo a coordenadora Aracele.

Psicóloga da Gama há 10 anos, Marina Conti Takahashi Dequero atende os servidores da autarquia, tanto por procura espontânea quanto através de encaminhamento de superiores. Ela avalia de forma positiva a possibilidade da criação de um grupo terapêutico para os guardas em parceria com a FAM.

“Tudo que vier para agregar qualidade de vida, saúde, é válido. Ainda não estamos com o escopo do projeto pronto, mas conforme formos estruturando as pessoas vão se interessando”, analisa a psicóloga.

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