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Americana

Mudança em atendimento de autistas preocupa pais

Depois do fim de convênio com clínica especializada, APAE fará atendimento, mas parentes temem a nova rotina

Por Caio Possati

12 de janeiro de 2022, às 08h29 • Última atualização em 12 de janeiro de 2022, às 13h36

O fim do convênio da Prefeitura de Americana com uma clínica especializada em tratamento para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) tem deixado pais preocupados.

A Equipe Educar, instituição que por três anos atendeu esse grupo de forma gratuita, não teve o contrato renovado com a administração, que teria escolhido a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) como a nova responsável a partir deste ano.

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Apesar de a informação não ter sido confirmada pelo Executivo, o presidente da APAE, Roberto Dellapiazza, garantiu ao LIBERAL que a entidade atenderá os ex-usuários da Educar.

O contrato, segundo ele, de caráter emergencial e válido por seis meses, foi assinado na última quinta. Dellapiazza, porém, não conseguiu confirmar quando os atendimentos começarão a ser realizados.

Por meio de uma ação judicial, pais de autistas conseguiram na Justiça que a prefeitura oferecesse gratuitamente, mediante contratação de uma clínica por licitação, atendimentos de fonoaudiologia, terapia ocupacional e terapia sensorial na metodologia exclusiva para o acompanhamento de pessoas com TEA.

Fernanda Dutra e o filho Davi, que eram atendidos pela Educar – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Todos os familiares ouvidos pelo LIBERAL elogiaram a Educar. Fernanda Dutra, mãe do Davi Luca, de 8 anos, é uma delas. “Meu filho teve uma melhora muito significativa na fala”.

Situação semelhante vive a cozinheira Carine Sena, que começou a entender melhor o filho de 4 anos após as sessões na clínica: “Hoje ele consegue me pedir algo para comer. Antes eu tinha que ficar adivinhando”.

Agora, elas temem que a mudança de ambiente, de profissionais e até de trajeto possa comprometer o comportamento dos filhos e prejudicar as evoluções conquistadas.

“Qualquer mudança, qualquer quebra de rotina vira um caos para o autista”, afirma Renata Borges, mãe de um menino com TEA.

Outro receio dos pais na situação seria a falta de profissionais especializados para atendimento de autistas na APAE, fato rebatido por Dellapiazza, que disse ter esperado o contrato ser assinado para fazer mais contratações.

Ainda de acordo com o presidente, a entidade conta com estrutura material e humana para receber os antigos pacientes da Educar. “Na busca por uma sustentabilidade financeira, começamos a buscar atender pacientes do plano de saúde dentro dessa área do autismo. Então, o atendimento vai ser uma continuação ao que já estávamos fazendo”.

O LIBERAL vem questionando a prefeitura desde a última segunda sobre os motivos da não renovação com a Educar e a escolha pela APAE, mas não teve retorno.

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