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Resíduos sólidos

MP abre inquérito para apurar licitação do lixo vencida pela Engep

Promotor vai analisar se houve irregularidades na concorrência pela gestão do lixo em Americana

Por Leonardo Oliveira

09 de dezembro de 2020, às 08h13

O MP (Ministério Público) de Americana instaurou um inquérito civil para apurar se há irregularidades na licitação para gerir a destinação do lixo produzido na cidade. O pregão presencial foi vencido pelo Grupo Engep, com o dobro do valor cobrado pela tonelada na comparação com o contrato atual, com a mesma empresa.

Quem conduz o caso é o promotor Sergio Claro Buonamici. Ele decidiu abrir o inquérito após receber uma notícia crime do vereador Gualter Amado (Republicanos), que acusou direcionamento no certame.

Um dos pontos abordados na representação feita pelo parlamentar foi o item 2.2 da licitação, que diz que a prefeitura só seria a responsável pelo transporte do lixo ao aterro, caso ele fique a uma distância de até 25 quilômetros do Paço Municipal. Caso contrário, a própria empresa deveria fazer o transporte.

“Quando você limita numa distância tão pequena, você tem a ideia no raio de quantas empresas poderiam participar e, naquele raio que a gente monitorou, nós vimos duas apenas, a Engep e a Estre”, afirmou o vereador em entrevista ao LIBERAL.

O argumento é de que as empresas que estão a uma distância maior do que 25 quilômetros de Americana não participariam da licitação, já que não iriam arcar com a despesa do transporte, criando uma situação de direcionamento à Engep.

“Ao meu ver há um direcionamento muito claro. Aí você acaba com a lei de licitação, com a possibilidade de outras empresas participarem. Você quebra a livre concorrência”, acrescentou Gualter.

Ele entrou com uma notícia crime em 26 de novembro. Depois disso, houve conversas entre ele e o promotor para esclarecer alguns pontos da acusação. “O vereador me prestou os esclarecimentos necessários para poder, por bem, ao invés de arquivar sumariamente, de se dar uma possibilidade a uma investigação para verificar se realmente houve uma predileção da empresa”, disse Buonamici ao LIBERAL.

Tempo
O promotor deu um prazo de 30 dias para que tanto a Prefeitura de Americana como a empresa encaminhem documentos ao MP, como o contrato firmado entre as duas partes e o processo licitatório que teve a Engep como vencedora.

Depois que os documentos forem entregues ao MP, Buonamici terá mais 150 dias para analisá-los e decidir se instaura uma ação civil pública ou se arquiva a demanda.

A reportagem questionou a prefeitura no fim da tarde desta terça-feira sobre o inquérito instaurado, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. O LIBERAL não conseguiu contato com representantes da Engep para comentar o caso.

Atualmente, a Engep já gere o lixo da cidade. Para isso, recebe R$ 45 por tonelada. A prefeitura teve que abrir nova licitação porque a empresa sinalizou que não renovaria o atual contrato, que termina no dia 18 deste mês.

Segundo o prefeito Omar Najar (MDB), a empresa considera o valor baixo. A licitação homologada neste mês prevê que a Engep passe a receber R$ 98 por tonelada. Apenas uma outra empresa apresentou proposta no certame: a Essencis Soluções Ambientais. No entanto, o valor cobrado era de R$ 250 por tonelada.

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