Luto
Morre um dos comerciantes mais antigos do Mercadão de Americana
Nencir Antonio Zangiacomo tinha como paixão a rotina vivida em sua banca; ele faleceu nesta terça-feira, aos 83 anos vítima do novo coronavírus
Por Leonardo Oliveira
23 de setembro de 2020, às 09h42 • Última atualização em 23 de setembro de 2020, às 10h31
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/morre-um-dos-comerciantes-mais-antigos-do-mercadao-de-americana-1316235/
Faleceu na noite desta terça-feira (22), aos 83 anos, um dos comerciantes mais antigos do Mercadão de Americana. Nencir Antonio Zangiacomo estava internado no Hospital da Unimed e teve o óbito causado pelo novo coronavírus (Covid-19)
Foram 29 dias entre a sua internação, no dia 23 de agosto, e a data de sua morte, nesta quarta. Com febre, coriza e sinusite, foi levado a unidade médica, onde foi realizada uma tomografia. Os médicos logo de cara suspeitaram que ele tinha se infectado – a confirmação de que tinha contraído a Covid-19 veio dois dias depois.
A reportagem conversou com uma das filhas do comerciante, a autônoma Silmara Zangiacomo Furlan
Ela revelou que o pai chegou a fazer uma cirurgia da coluna em fevereiro deste ano, mas estava recuperado e “muito feliz”, trabalhando normalmente na banca – estar no Mercadão fazia parte de sua rotina havia 43 anos e era sua paixão, segundo a filha.
No ano passado, o LIBERAL contou a história de Nencir em um especial sobre os 60 anos do Mercadão. Uma das bancas pioneiras era justamente a ocupada pelo comerciante. A Tabacaria e Mercearia N. A. Zangiacomo é referência na cidade na venda de fumo de corda – há também itens de mercearia vendidos.
Nencir era motorista de caminhão e deixou a profissão para substituir o pai na banca, há 43 anos. Agora, o legado permanecerá vivo, já que Silmara, ao lado da irmã, Solange Zangiacomo, manterão o estabelecimento funcionando como uma homenagem ao pai. “É uma forma de dar continuidade à sua paixão”, contou Silmara.
O último dia de Nencir à frente da banca foi em 20 de agosto, três dias antes de ser internado. Quando começou a sentir os sintomas, suas filhas assumiram o posto e tomaram conta do negócio no período em que o comerciante esteve no hospital.
“Meu pai sempre foi uma pessoa trabalhadora, amava a vida com simplicidade, tinha um coração bondoso e uma disposição e longevidade admirável. Que Deus o receba de braços abertos e descanse em paz”, disse Silmara.
Nencir era casado com Augusta Edler Boccatto Zangiacomo e deixa duas filhas, além de parentes e amigos. Por se tratar de um caso de Covid-19, não haverá velório. O sepultamento está marcado para às 15h desta quarta, no Cemitério Parque Gramado, em Americana.