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Americana

Mesmo com redução de macrófitas, água na Represa do Salto Grande ainda é ‘ruim’

Medição feita pela Cetesb aponta presença elevada de fósforo na represa, que favorece o crescimento de plantas aquáticas ou algas

Por André Rossi

03 de maio de 2020, às 08h00

Apesar da redução expressiva de aguapés, a água da Represa do Salto Grande, em Americana, ainda é classificada como “ruim” pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de Paulo) em relação ao IVA, Índice de Qualidade das Águas para fins de proteção da vida aquática.

Medições periódicas feitas pela companhia apontam presença elevada de fósforo, o que favorece o crescimento de plantas aquáticas e algas.
A área ocupada por macrófitas na represa foi reduzida para 76 hectares no mês de março por meio da retirada mecânica realizada pela CPFL Ambiental.

Mesmo após trabalhos de retiradas de plantas na represa, situação ainda não é satisfatória – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Com isso, cerca de 7,5% da extensão do reservatório estão cobertos de verde. Há dois anos, 24% da represa estava tomada pelos aguapés. Entretanto, o local continua oferecendo condições para que as plantas se reproduzam.

A Cetesb acompanha a qualidade da água da represa por meio de um ponto de monitoramento localizado no corpo central do reservatório, em frente ao Iate Clube de Americana.

Entre o ano 2018 e fevereiro de 2020, foram constatadas, principalmente, concentrações de fósforo total em desacordo com o padrão de qualidade.
No mesmo período, a classificação do IVA da represa oscilou entre as categorias “ruim” e “regular”. A mais recente, de fevereiro, foi “ruim”.

Trecho da Represa do Salto Grande, em Americana, após retirada de parte dos aguapés – Foto: Arquivo / O Liberal

De acordo com o gerente da divisão de qualidade de águas de solo da Cetesb, Nelson Menegon Junior, o IVA leva em consideração variáveis do ponto de vista de proteção da vida aquática e está ruim porque o ambiente está “totalmente eutrofizado”.

“Significa que a represa está enriquecida por nutrientes, nitrogênio e fósforo. Quando ela fica enriquecida por nutrientes, você tem como consequência o crescimento de plantas aquáticas ou algas”, explica.

“A represa, como é um ambiente de velocidade muito baixa, quando os nutrientes chegam, eles deixam o ambiente fértil e aí você tem a proliferação ou das plantas ou das algas”, diz Nelson.

Para melhorar a situação e evitar o aparecimento de algas, a Secretaria de Meio Ambiente de Americana pretende rebaixar o nível d’água da represa durante 15 dias para retirada de sedimentos, que contribuem para a proliferação dos aguapés. O procedimento é chamado, tecnicamente, de deplecionamento.

O assunto foi tratado com a CPFL Renováveis no mês passado, que compactua com a ideia. Um projeto será apresentado pelas partes para a Cetesb em maio para conseguir a autorização.

Segundo o secretário de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias, a ideia é que a operação seja realizada anualmente, mas sem abrir mão da retirada mecânica.

“Nós não temos certeza de tudo que vai ser encontrado ali, mas temos a convicção que isso precisa ser feito e o benefício será muito maior do que qualquer outro passivo por conta disso. Vamos conseguir retirar muitos sedimentos e melhorar não só a questão ambiental na proximidade, mas vamos proporcionar uma melhor qualidade para o lazer”, disse Odair ao LIBERAL.

O secretário ressalta, no entanto, que o procedimento não torna a água própria para uso de banhistas. “Isso não garante, em nenhuma hipótese, a balneabilidade. Mesmo fazendo deplecionamento, não é isso que vai poder permitir que as pessoas tomem banho nas águas da represa, mas já vai facilitar outras atividades que podem ser desenvolvidas ali”, comentou Odair.

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