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Covid-19

Médicos apostam em circulação lenta do novo coronavírus

Profissionais locais ouvidos pela reportagem acreditam que medidas de isolamento social devem surtir efeito na região

Por Marina Zanaki

05 de abril de 2020, às 08h06

As medidas restritivas para promover o isolamento social, que começaram a ser adotadas há três semanas na RPT (Região do Polo Têxtil) e foram reforçadas após a quarentena decretada pelo governo do Estado de São Paulo, devem fazer com que a circulação do novo coronavírus (Covid-19) na região seja mais lenta e branda do que em outros locais.

Essa é a opinião de três médicos ouvidos pelo LIBERAL. Apesar da expectativa, eles alertam que o isolamento social é essencial para que essa “previsão” se concretize.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Pessoas caminham em canteiro de avenida, contrariando orientações

O médico Ricardo Silveira, que atua como cardiologista, cardiogeriatra e clínico geral em Americana, aposta que a velocidade com que os casos vão aparecer será mais lenta em relação a outras regiões.

“O que vai acontecer nas próximas semanas vai depender do que a gente fez até agora. Pelas ruas, observamos um número pequeno de pessoas, e isso vai ter repercussão na disseminação do vírus. Minha perspectiva é que o isolamento, apesar de não ter sido completo, poderá atenuar a velocidade do coronavírus”, disse o médico.

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O geriatra e clínico geral Leonardo Ferreira, de Americana, aposta que o clima deve favorecer uma disseminação mais branda.

“Ainda não estamos no inverno propriamente dito, a tendência nesse período é que seja mais brando. Mas se pensar em quebrar esse isolamento social, é imprevisível. A tendência é subir o número de casos”, alertou.

O infectologista Arnaldo Gouveia Junior, que faz parte do comitê de crise criado pela Prefeitura de Americana para o combate ao novo coronavírus, aposta que a pandemia vai se “esticar”.

Saiba tudo sobre o coronavírus, o que ele provoca e como se prevenir

“Ao invés de ficar como na Itália, que começou e já estão no pico, calculando que em maio acaba, aqui a curva [de infecção] mais chata e comprida. Continuar tendo casos entrando ainda em junho, julho, que é o nosso inverno”, avalia.

A curva mais achatada e o registro de casos ao longo de um período maior é “positiva”, pois não sobrecarregaria os sistemas de saúde.

ECONOMIA

Apesar da eficácia do isolamento social contar com embasamento científico, a medida tem sido contestada por setores que temem uma nova crise econômica no País.

O próprio presidente Jair Bolsonaro fez um discurso onde criticou o isolamento e disse que ele deve ser “vertical” – ou seja, apenas do público mais vulnerável.

“Na minha opinião, [isolamento vertical] não é tão efetivo no controle da pandemia, porque tem aquele grupo de pessoas que não têm sintomas. Vamos falar de uma família que more em residência com três cômodos, formada por cinco pessoas, pai, mãe, filhos e idoso. Como vai isolar o idoso na residência?”, defende Leonardo.

Em novo discurso feito na semana passada, Bolsonaro mudou de tom e deixou de criticar o isolamento social.
“Cabe ao presidente ter o bom senso, se monitorar pelos dados científicos e tomar medidas para transitar entre essas duas realidades”, declarou Ricardo.

Além da Capa, o podcast do LIBERAL

A demanda por informação de fontes confiáveis durante a pandemia do novo coronavírus mostra reflexo nos números de audiência de veículos profissionais, como é o caso do próprio LIBERAL. Além disso, demanda um esforço contínuo de quem atua nesse segmento no poder público, caso do secretário de Comunicação do Estado de São Paulo, Cléber Mata, que reside em Americana. Esse é o tema da edição deste domingo do Além da Capa, o podcast do LIBERAL.

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