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Sem emprego

Maio totaliza 1,2 mil vagas de trabalho fechadas em Americana

Economista avalia que medidas de flexibilização do contrato de trabalho impediram que demissões fossem ainda maiores

Por Marina Zanaki

04 de julho de 2020, às 08h17 • Última atualização em 04 de julho de 2020, às 08h19

Americana fechou 1.203 vagas de trabalho em maio, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O saldo é a diferença entre as 968 admissões e os 2.171 desligamentos no período. Esse foi o pior resultado para um mês de maio na cidade desde o início da série histórica, em 2007.

Apesar do resultado, ele é melhor do que o cenário de abril, quando 1.917 vagas foram fechadas no município.

Segmento industrial foi o mais afetado na região em maio, com 1.595 postos de trabalho fechados – Foto: Arquivo / O Liberal

A economista do Observatório da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, Eliane Rosandiski, levantou duas explicações para que a situação não fosse ainda pior na região.

“Em um primeiro momento foi feito um grande ajuste. Provavelmente foram demitidas as pessoas mais fáceis de serem recontratadas futuramente – por exemplo, uma loja, demite vendedoras mas preserva gerente”, avaliou a economista.

A outra explicação está relacionada à MP (Medida Provisória) 936, que permite a redução na jornada e a suspensão de contratos de trabalho.

“Provavelmente, existe um conjunto de trabalhadores que estão na estrutura por conta da medida de flexibilização do contrato de trabalho, que garante acordo para reduzir horas, jornada, ou mesmo suspender contrato, mas isso preserva o emprego”, disse a professora.

Ela alertou que, apesar do contingente de empregos preservados, houve redução na renda desses trabalhadores. Isso pode dificultar a retomada econômica ao fim da pandemia, já que com redução na renda há também diminuição no consumo.

REGIÃO

Americana teve o pior saldo da RPT (Região do Polo Têxtil). Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré fecharam, respectivamente, 536 e 596 postos em maio. Nova Odessa teve saldo negativo de 396 empregos, e Hortolândia, de 387.Os

setores mais afetados na região são a Indústria (1.595 postos fechados), Serviços (saldo negativo de 1.128) e Comércio (627 negativo). A agropecuária teve saldo positivo (275), ligada à Santa Bárbara.

“É bastante significativo quando vejo a indústria apresentando queda, pois já vinha em queda muito forte. Temos a indústria muito fragilizada, e quando vemos queda, a pergunta é: o que vai sobrar? Como a gente vai depois reestruturar essa base produtiva, estruturas de atividade para voltar a crescer? Para que lado a gente volta a crescer?”, questionou a economista.

Homens entre 30 e 39 anos são os mais afetados

O perfil divulgado pelo Caged aponta que 59% dos demitidos em Americana são homens e 42% eram trabalhadores na produção de bens e serviços industriais. Além disso, metade (661 trabalhadores) tinha apenas o ensino médio totalmente completo.

As faixas etárias mais afetadas são entre 30 e 39 anos (312 pessoas); 50 a 64 anos (264 pessoas) e também dos 40 aos 49 anos (236 pessoas).

Para a economista do Observatório da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, Eliane Rosandiski, a demissão entre os mais velhos foi uma surpresa.

“Me assustou um pouco, esperava que os mais atingidos fossem os jovens. Por outro lado, esse grupo tende a receber salário mais alto, e é mais fácil você manter na estrutura um trabalhador com custo mais baixo, de 20 a 24 anos, o chamado trabalhador jovem”, analisou.

Ela indicou que o trabalhador com escolaridade até o ensino médio é mais sujeito à rotatividade. “São profissões médias na empresa, o que acaba deixando o trabalhador em situação mais vulnerável”, afirmou.

Além da Capa
Os eleitores brasileiros ainda não sabem em que data irão às urnas neste ano para escolher novos prefeitos e vereadores. Diante dessa indefinição, como se comportam as campanhas em Americana e região nesse momento? Afinal, considerando a data originalmente prevista (4 de outubro), faltam menos de 100 dias para as eleições. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira recebe o repórter André Rossi e editor-executivo e chefe de reportagem do LIBERAL, João Colosalle, para discutir o cenário regional.

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