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Entrevista

Lucas Romi: ‘Tem que ter a barriga no balcão’

Vice-presidente e sócio da Odontoclinic, que faturou R$ 202 milhões no ano passado, barbarense defende envolvimento de franqueados com negócio

Por João Colosalle

26 de janeiro de 2020, às 08h30 • Última atualização em 26 de janeiro de 2020, às 09h35

Depois de começar como estagiário e ser alçado à vice-presidência e sócio da Odontoclinic, o empresário barbarense Lucas Romi, de 30 anos, tem agora o desafio de promover a expansão da rede de franquias odontológicas, que inaugurou a segunda unidade no bairro São Vito, em Americana, na última semana.

Formado em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Lucas começou na Odontoclinic em 2010. Filho de uma das famílias mais tradicionais de Santa Bárbara d’Oeste, o jovem empresário conta que decidiu fazer “carreira solo” em vez de participar dos negócios familiares.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Lucas Romi, durante entrevista ao LIBERAL na última semana

Desde então, disse ter passado por praticamente todas as áreas da rede, que passou de 70 para 201 unidades espalhadas pelo País, principalmente no interior de São Paulo. O desempenho rendeu a Lucas a chance de ser sócio da Odontoclinic, que faturou R$ 202 milhões no último ano.

Na última semana, o LIBERAL conversou com o empresário, que deu conselho a quem quer investir em uma franquia – em Americana, o segmento cresceu 11% em 2019, segundo a ABF, associação do setor.

“Tem que estar no dia a dia, ter a barriga no balcão”, orienta. Leia os principais trechos da entrevista.

Como foi sua chegada à Odontoclinic?

Lucas Romi
Estou na Odontoclinic desde 2010. Comecei como estagiário e optei por estar lá por sócios que visavam meritocracia. A Odontoclinic tem mais de 20 anos, com conceito de clínica multidisciplinar, de forma acessível. A gente queria ser top, mas acessível, classe B e C principalmente. Esse modelo de negócio deu muito certo. Tratar a odontologia de um modo mais empresarial.

Em junho de 2010 entrei no grupo apoiando a transição de gestão e financeira. Fui crescendo e passando por cada área. Acho que trabalhei praticamente em todas as áreas da Odontoclinic.

Hoje estou focado no projeto de expansão. Um dos grandes projetos que estive à frente foi um projeto de TI, de reescrever o software de gestão que as clínicas usam hoje. Fizemos um mapeamento de todos os processos dentro da clínica. Só esse projeto foram mais ou menos 5 anos.

Qual é o principal desafio para se prosperar no segmento de franquias de saúde?

Lucas Romi

Hoje, nosso maior desafio está ligado a pessoas, capital humano. A gente é muito rigoroso com a escolha do parceiro e franqueado. Nossa entrega na ponta é a pessoa. A gente entrega atendimento, experiência.

Um levantamento feito pela Odontoclinic mostrou que cresceu o número de franqueados da rede que não é dentista. Em cinco anos, os não dentistas se tornaram maioria. Como isso tem ajudado na expansão da rede?

Lucas Romi

Isso ajuda porque nosso maior desafio não está na parte técnica, na cadeira, na hora de fazer o procedimento. A gente tem no Brasil uma oferta de mão de obra qualificada muito boa. Nosso maior desafio está em gestão, tanto de pessoas quanto do negócio em si.

Muitas vezes, quando você tem um parceiro que não é dentista, que tem experiência em outro setor, uma carreira corporativa, ele já traz essa bagagem de gestão mais desenvolvida. Então, às vezes é mais fácil eu ensiná-lo a como cuidar de uma área clínica do que um dentista, que tem formação técnica, a gerir pessoas, a entender de indicadores. O melhor cenário é quando temos os dois.

A crise econômica dos últimos anos impactou a Odontoclinic de alguma forma?

Lucas Romi

O setor de saúde, de modo geral, tem uma resiliência maior do que a de outros setores. E a Odontoclinic, grande parte do trabalho dela é de médio a longo prazo. Então a gente conseguiu, de certa forma, passar bem. Não teve grande crescimento, mas conseguimos nos manter bem.

Quais são os planos da franquia?

Lucas Romi

O Estado de São Paulo continua sendo nossa menina dos olhos. A gente cresceu e é forte aqui, principalmente no interior. Aqui na RMC, a gente cresce basicamente de forma orgânica. Então, eu não trago novos franqueados para cá. O crescimento é com quem já está aqui. A gente não quer ter mil clínicas com mil franqueados. Quero ter mil clínicas com 200 franqueados.

Qual é sua relação com Santa Bárbara hoje em dia?

Lucas Romi

Nasci aqui, minha família toda é de Santa Bárbara. Falo que sou de Santa Bárbara e de Americana, porque a família do meu pai é de Santa Bárbara e da minha mãe, de Americana. Volto muito para cá. Sou apaixonado para essa região. Sempre dou a ideia de trazer a sede da Odontoclinic para cá [risos].

Que conselho você daria, hoje, para alguém que deseja investir em uma franquia no Brasil?

Lucas Romi

O principal ponto é que, às vezes, franquia tem o mito de que é um negócio que anda sozinho ou que depende menos do seu envolvimento. Meu conselho é que não. Qualquer empreendimento envolve uma dedicação e um envolvimento muito grande do empreendedor.

Tem que estar no dia a dia, tem que ter a barriga no balcão. Tem que ter o recurso financeiro para fazer o negócio também. E no nosso negócio, particularmente, tem que gostar de lidar com pessoas.

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