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Operação jus puniendi

Justiça manda 10 a júri popular por ‘tribunal do PCC’

Decisão é desdobramento de investigação da Polícia Civil local contra supostos integrantes do PCC em Americana; julgamento pode ser um dos maiores da história da cidade

Por João Colosalle

06 de dezembro de 2020, às 12h54

repercussão. Segurança foi reforçada em setembro, no Fórum, durante júri - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

Uma decisão da Justiça mandou 10 pessoas a júri popular em Americana. Elas são acusadas de terem ligações com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital) e de participarem de um “tribunal do crime” no Jardim dos Lírios, em 2018, descoberto pela polícia. O julgamento ainda não tem data definida, mas, se mantiver a quantidade de réus, deverá ser um dos maiores tribunais do júri já realizados em Americana.

O caso é desdobramento da operação Jus Puniendi, uma das maiores investigações da Polícia Civil local contra a atuação da organização criminosa na cidade.

Em outubro de 2018, a Polícia Militar descobriu que um homem apontado, sem provas, como autor de um estupro estava sendo “julgado” em um barraco no Jardim dos Lírios. A vítima foi amarrada, amordaçada, ameaçada, agredida e interrogada por dois dias. Ela chegou a tentar fugir, mas não conseguiu. A execução só não se consumou porque uma equipe da PM chegou ao local e impediu o crime.

Parte dos envolvidos no episódio no Jardim dos Lírios foi presa em flagrante e respondeu a um processo separado. Neste caso, três homens foram condenados em setembro, após 15 horas de julgamento, a penas que variam entre 21 e 25 anos. Um quarto acusado também neste processo teve o julgamento desmembrado. Já os 10 réus mandados a júri foram descobertos em investigações após as prisões em flagrante feitas pela PM.

A apuração da Polícia Civil, que já mapeava há alguns anos a atuação do PCC na cidade, utilizou interceptações telefônicas para juntar provas que relacionassem o grupo a julgamentos clandestinos da facção, conhecidos também como “tabuleiros”.

A vítima falsamente acusada de estupro reconheceu os réus como participantes do seu sequestro e tentativa de homicídio e chegou a relatar situações como a negociação de uma chácara para a enterrarem.

TRÂMITES. A chamada sentença de pronúncia, que determina se um acusado deve ser levado a júri popular, definiu que dez réus sejam julgados por tentativa de homicídio, nove por sequestro e sete por tortura e integrar organização criminosa.

A sentença da Vara do Júri é do dia 25 de novembro e já foi publicada no Diário de Justiça. Agora, a defesa dos réus poderá recorrer. No processo, todos os acusados negam os crimes. Eles estão presos.

Se todos os réus forem a júri popular, o julgamento deverá ser um dos maiores já realizados no Fórum de Americana. Também deverá contar com um esquema especial de segurança, por envolver presos ligados à facção criminosa.

Situação semelhante ocorreu em setembro, quando houve a condenação de três acusados envolvidos com o sequestro e tentativa de homicídio no Jardim dos Lírios.

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