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Americana

Justiça aceita denúncia e padre Leandro vira réu por abuso sexual

Religioso, que está afastado há um ano e dois meses do comando da Basílica de Americana, é acusado de abusar de quatro ex-coroinhas entre 2002 e 2005

Por George Aravanis

12 de março de 2020, às 14h18 • Última atualização em 08 de junho de 2021, às 10h18

Foto: Arquivo / O Liberal
Religioso virou réu e responderá por quatro acusações de abuso sexual

A Justiça de Araras aceitou nesta quarta-feira (11) denúncia do Ministério Público Estadual contra o padre Pedro Leandro Ricardo por quatro crimes de atentado violento ao pudor. O religioso, que está afastado há um ano e dois meses do comando da Basílica de Americana, é acusado de abusar de quatro ex-coroinhas entre 2002 e 2005 em Araras, onde iniciou sua vida como sacerdote – ele nega os crimes.

O fato de o juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira ter aceitado a denúncia significa que o padre vira réu, ou seja, vai responder na Justiça pelos crimes atribuídos a ele pelo Ministério Público, que fez a denúncia em dezembro.

O juiz  determinou a retenção do passaporte de Leandro para evitar fuga do país (ele tem de entregar o documento em até 48 horas) e o proibiu de manter contato com vítimas, familiares e testemunhas. Ele mandou citar Leandro para que, dez dias após ter ciência formal da decisão, apresente resposta à denúncia.

“Recebo a denúncia, porquanto preenchidos os requisitos legais (CPP, art. 41), estando amparada em indícios colhidos na fase policial. Há, pois, justa causa para início da persecução penal em juízo”, escreveu o magistrado responsável por analisar o caso.

Na denúncia, o MP aponta que Leandro levou um adolescente à casa paroquial, lhe deu bebida alcoólica e fez sexo oral nele. Em outro caso, alisou o corpo de um menino de 11 anos a pretexto de vesti-lo com a batina, segundo o MP. Em dois casos, de acordo com a denúncia, o padre aproveitava viagens de carro para passar as mãos nas coxas e órgãos genitais dos adolescentes. Leandro sempre negou as denúncias. Em depoimento à polícia, diz que contrariou interesses econômicos de pessoas ligadas à igreja e por isso foi alvo de uma campanha de difamação.

Roberto Tardelli, um dos advogados das vítimas, disse que a Justiça aceitou a denúncia por que existem provas da existência dos crimes e indícios de autoria. “É evidente que a todos cabe a presunção de inocência, o direito à ampla defesa e ao contraditório. São garantias constitucionais, que se estendem a  qualquer pessoa. Todavia, a partir de agora, o acusado é réu de processo criminal e por ele deve responder.”

Defesa. O advogado de Leandro, Paulo Sarmento, disse que a inocência dele será provada. “A denúncia recebida será integralmente rechaçada durante a produção de provas na instrução processual. Quanto às medidas cautelares determinadas, todas serão cumpridas, salientando-se que o Padre Leandro nunca manteve nenhum contato com a supostas vítimas e ou seus familiares ou com as testemunhas arroladas pela acusação. Confiamos na Justiça e na inocência de nosso cliente.”

Além da Capa, o podcast do LIBERAL

O episódio de número 13 do podcast Além da Capa aborda a denúncia feita pelo Ministério Público de Araras contra o padre Leandro por quatro crimes de atentado violento ao pudor. Relembre:

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