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Cadeia Alimentar II

Juninho Barros tem prisão temporária de cinco dias decretada

Advogado do secretário de Governo de Americana confirmou que a justiça decretou a prisão temporária de seu cliente

Por Leonardo Oliveira

26 de novembro de 2019, às 13h47 • Última atualização em 26 de novembro de 2019, às 19h21

O secretário de Governo de Americana, Dirineu Soares de Barros Junior, o Juninho, foi preso pela PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira durante a operação Cadeia Alimentar II, que investiga fraudes envolvendo a compra de merenda escolar entre 2013 e 2017.

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A informação inicial passada pela esposa de Juninho era de que ele tinha sido levado para depor, mas o advogado Willey Sucasas, responsável pela defesa do secretário, confirmou a prisão de seu cliente.

Foto: Arquivo / O Liberal
Juninho Barros tem prisão temporária de cinco dias decretada

De acordo com ele, a Justiça Federal decretou a prisão temporária do secretário por um prazo de cinco dias. O advogado se disse “perplexo” com a prisão de Juninho, alegando que ele em nenhum momento foi notificado para prestar esclarecimentos e que se mostrou disposto a colaborar com as investigações.

“Não há contrato fraudado com relação a merenda e nenhum outro contato com a prefeitura de Americana. Junior Barros é um servidor público de reputação ilibada, uma pessoa que não apresenta mácula nenhuma na sua vida pública e pessoal, estamos tomando as medidas cabíveis para tentar a revogação dessa prisão”, destaca.

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Ainda de acordo com Sucasas, o secretário foi levado até a sede da PF em Piracicaba, onde prestou “todos os esclarecimentos” às autoridades. O advogado não sabe para onde Juninho foi levado em seguida, mas acredita que ele esteja na superintendência da corporação, em São Paulo.

Policiais chegaram à casa do secretário no início da manhã para o cumprimento do mandado de prisão. De acordo com sua esposa, nenhum documento foi levado da residência pelos policiais que atuaram na ocorrência.

Em abril de 2018, durante a primeira fase da Operação Cadeia Alimentar, a casa do secretário já havia sido alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na época, Juninho disse que não havia nenhuma irregularidade.

A operação também prendeu o secretário municipal de Negócios Jurídicos de Americana, Alex Niuri em seu apartamento, na Avenida Cillos. A informação foi confirmada pelo advogado Lucas Torrezan, designado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanhar o cumprimento do mandado contra o secretário, que é advogado.

Alex Niuri é um dos principais secretários municipais da gestão do prefeito Omar Najar (MDB). Ao LIBERAL, o prefeito disse por volta das 10h40 que não estava a par das prisões de agentes do governo. “Não tenho nada, cheguei agora na prefeitura e não estou a par. Não sei de nada por enquanto”, comentou Omar.

“O Dr. Alex é também um servidor absolutamente comprometido com a legalidade. Em nenhum momento ele se negou a prestar qualquer tipo de esclarecimento, não vemos necessidade nenhuma de prisão temporária”, disse o advogado Willey Sucasas, que também defende Niuri.

A Prefeitura de Americana ainda confirmou que uma servidora pública também teve o nome envolvido nas investigações.

A operação

A operação Cadeia Alimentar II investiga fraudes envolvendo a compra de merenda escolar entre 2013 e 2017. Entre os alvos da operação estão empresários, lobistas, servidores e ex-servidores públicos, uma vereadora, ex-prefeitos, secretários e ex-secretários de Governos – não foram divulgadas as cidades em que os políticos atuavam.

“A operação visa coletar elementos que complementem as informações obtidas em colaboração premiada formalizada por dois investigados junto a Polícia Federal e Ministério Público Federal, após terem sido alvos na primeira fase da investigação (maio de 2018)”, trouxe nota da Polícia Federal.

Segundo as apurações do MPF, “o esquema foi capitaneado por um frigorífico sediado na cidade de Brodowski, com o auxílio de outras firmas do mesmo grupo”.

As irregularidades sob investigação abrangem contratos para fornecimento de alimentação escolar nos municípios de Americana, Barretos, Barueri, Cubatão, Franca, Guarujá, Guarulhos, Iperó, Itapetininga, Jandira, Jarinu, Limeira, Marília, Morro Agudo, Paulínia, Peruíbe, Pirassununga, Porangaba, Rio Claro, São Carlos, São Roque, São Vicente, Sorocaba e Taquaritinga.

Em Sumaré, um mandado de prisão e outro de busca e apreensão foram cumpridos. O LIBERAL apurou que as investigações, entretanto, não envolveriam a prefeitura local, mas sim um morador que atuaria no governo de outro município. A PF não confirma as informações.

Se comprovada as ilegalidades, os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crime de organização criminosa, fraude à licitações, falsidade ideológica, corrupção ativa, prevaricação e corrupção passiva cujas penas, somadas, podem chegar a 28 anos de prisão.

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