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Covid-19

Hospital Municipal vê demanda por atendimento infantil cair

Com escolas fechadas e menos brincadeiras de rua, média de atendimentos caiu de 114 para 15 por dia

Por George Aravanis

09 de agosto de 2020, às 08h04 • Última atualização em 09 de agosto de 2020, às 14h41

O número de crianças atendidas no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, despencou durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Foram 1.368 entre abril e junho deste ano, média de 15 por dia. No mesmo período de 2019, a procura foi sete vezes e meia maior: 10.439 casos, ou 114 a cada dia.

Segundo a prefeitura, a queda está ligada ao isolamento imposto na quarentena. As circunstâncias que podem provocar a procura pelo médico, como brincadeiras de rua e infecções, estão menos prováveis com escolas fechadas e distanciamento social.

“Esta sensível queda está relacionada diretamente ao isolamento social, que reflete tanto na redução de acidentes como na taxa de transmissão de doenças, principalmente as doenças respiratórias, tão comuns em crianças durante o inverno”, informa o Executivo, em nota.

Os motivos mais comuns que levaram as crianças ao pronto-socorro neste ano foram dor de garganta, febre de origem desconhecida e transtornos no trato urinário. Em 2019, além de dor de garganta e febre, o outro fator que mais provocou consultas no pronto atendimento municipal foi gripe por vírus não identificado. Ou seja, antes da pandemia, era mais comum crianças chegarem com sintomas de gripe ao HM do que agora.

É que os pequenos raramente adoecem por conta do novo coronavírus, apesar de haver notificação inclusive de casos fatais, como o de uma menina de 4 anos que morreu em Santa Bárbara d’Oeste no mês passado. Segundo a médica infectologista Ártemis Kílaris, o percentual de casos pediátricos entre as pessoas que ficam doentes por causa da Covid-19 gira em torno de 0,5% a 3,5%.

O número de internações de crianças também teve queda, mas muito mais modesta. De abril a junho do ano passado, foram 51, e em igual período de 2020, 46, redução de 9,8%. As internações acontecem no Hospital São Francisco, contratado pela prefeitura para esse atendimento. Os números de julho ainda não foram fechados, segundo a administração municipal.

Em abril o Hospital Municipal criou um pronto-socorro exclusivo para atendimento pediátrico composto de recepção, dois consultórios para atendimento infantil, um consultório isolado para atendimento de casos suspeitos de coronavírus em crianças e sala para prescrição e medicação. Essa área está localizada na emergência do antigo pronto-socorro.

Questionada se precisou adaptar parte da estrutura infantil esvaziada para usar no atendimento a adultos, a Prefeitura de Americana informou que não houve necessidade, “tendo em vista que há no município um hospital de campanha, que ainda não precisou ser utilizado”.

Unimed
O movimento de queda no atendimento infantil também é percebido na rede particular, ao menos segundo números da Unimed. A queda de consultas em crianças entre os meses de abril e julho, em Americana e Santa Bárbara d’Oeste, caiu 69,3%, segundo a empresa.

Neste ano, houve 1.271 consultas, em média, no Pronto Atendimento e no Pronto Socorro Infantil. Também de abril a julho, mas de 2019, esse número foi de 4.152. “As principais causas que identificamos estão relacionadas à mobilidade reduzida e ao fato de as crianças estarem dentro de casa e, portanto, menos suscetíveis a doenças”, observa a Unimed.

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