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Americana

Homem preso por forjar próprio sequestro também tentou enganar a chefe

Segundo delegado José Donizeti de Melo, pizzaiolo de 46 anos enviou mensagens pedindo R$ 10 mil para resgate, mesmo valor citado nas conversas com a mãe

Por Leonardo Oliveira

28 de maio de 2020, às 14h24 • Última atualização em 28 de maio de 2020, às 21h51

Um pizzaiolo de 46 anos preso em flagrante nesta quarta-feira, em Americana, acusado de forjar o próprio sequestro, teria tentado enganar também a sua patroa a pagar R$ 10 mil para libertá-lo do suposto cárcere. Essa foi a mesma quantia que ele pediu para a própria mãe.

Print das mensagens que o pizzaiolo enviou para a família – Foto: Divulgação/DIG de Americana

A informação foi revelada pelo delegado José Donizeti de Melo, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, responsável pela investigação, em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (28). “Eu acho que ele atirou para todos os lados”, disse o delegado.

Donizeti contou que o pizzaiolo é um “sujeito bem esclarecido” e que “criava imagens bem produzidas” em sua cabeça. O LIBERAL mostrou nesta quarta que o homem chegou até a mandar uma selfie amordaçado para a mãe através do aplicativo de mensagens WhatsApp para dar mais veracidade ao suposto sequestro.

A patroa do preso foi ouvida nesta quarta pela DIG e forneceu à polícia prints das conversas que teve com o pizzaiolo. Nelas, o suposto sequestrador pedia R$ 10 mil para libertar o funcionário do estabelecimento.

O golpe não teve sucesso pois a DIG soube do caso pela família na noite de terça e pediu que todas as pessoas que foram contatadas pelo rapaz desligassem seus celulares. Somente o aparelho da mãe é que permaneceu funcionando – dele é que a polícia foi monitorando os passos do indiciado.

Delegado José Donizeti de Melo em coletiva de imprensa nesta quinta – Foto: Leonardo Oliveira/O Liberal

O pizzaiolo ainda fez uma última tentativa e ligou para a mãe nesta quarta de manhã. Uma parente  lembrou então que o homem tinha contato com uma tia que não era próxima do resto da família. Foi na casa dessa tia, no Jardim São Domingos, que os investigadores o encontraram.

Segundo o delegado, o pizzaiolo confessou o crime e disse que pretendia usar o dinheiro para pagar uma dívida de R$ 4 mil com um agiota, originada de um empréstimo feito para pagar uma motocicleta.

“Como ele recebia na pizzaria em torno de R$ 2 mil [por mês], mal dava para ele se manter, não teria como juntar dinheiro para saldar essa dívida”, contou Donizeti.

O homem foi autuado por extorsão (crime com pena de quatro a dez anos de reclusão) e levado à Cadeia de Sumaré.

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