Americana
Homem morre dentro de UBS ocupada por moradores de rua em Americana
Vítima teria convulsionado após bater a cabeça no asfalto ao ser empurrada por outro morador de rua
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03 de março de 2021, às 10h13 • Última atualização em 04 de março de 2021, às 09h39
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/homem-morre-dentro-de-ubs-ocupada-por-moradores-de-rua-em-americana-1452529/
Um homem morreu no final da madrugada desta quarta-feira (3) no prédio abandonado onde funcionava a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Nielsen Ville, na região do Mathiensen, em Americana.
Segundo moradores do bairro, Valfrido Carlos Prado, de 55 anos, morava na UBS abandonada e teve uma discussão com um morador de rua que não vivia no local e estava xingando as pessoas aleatoriamente durante a noite da última segunda-feira (1º), por volta de 21h.
Durante a briga, o homem que morreu levou um empurrão e bateu a cabeça com muita força no asfalto. Ele teria desmaiado e, depois, começado a convulsionar.
De acordo com o relato de vizinhos do local, outras pessoas em situação de rua levaram a vítima para dentro do prédio abandonado e o homem chegou a ser visto caminhando ontem (2).
Hoje, no entanto, o morador de rua morreu por volta de 5 horas da manhã. A Gama (Guarda Municipal de Americana), que enviou viaturas ao local, confirmou a morte do morador da rua dentro da UBS.
Viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Americana também estiveram no local e o caso será investigado pela Polícia Civil.
Problema antigo
A situação do prédio abandonado foi tema de uma matéria do LIBERAL em setembro do ano passado, quando vizinhos reclamaram do estado do local.
O abandono do imóvel, localizado na esquina entre as ruas Bem-Te-Vis e Garças, incomoda os moradores desde 2013, e já foi alvo de pedidos de explicações de vereadores ao poder público municipal.
Em 2019, a prefeitura chegou a anunciar que o local seria recuperado por meio de uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão do deputado estadual Bruno Lima (PSL), dos quais R$ 500 mil já estariam garantidos. No entanto, o projeto ainda não saiu do papel.
Uma moradora do bairro, que não quis se identificar, disse que as pessoas que vivem no bairro estão cansadas e vão começar a se mobilizar para que algo seja feito.
“Agora um dos moradores de rua daqui morreu. O pessoal da rua quer fazer um abaixo-assinado para, pelo menos, demolirem essa estrutura. Já deu esse postinho”, afirmou.
“Esta obra já teve rescisão do contrato unilateral com a empresa que estava responsável pela construção. Qualquer ação no local depende ainda da solução do processo de devolução de recursos, ainda em andamento, junto ao Governo Federal”, informou a prefeitura, em nota.