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Notícias que inspiram

Guerreiras: quando a força está no DNA

História de uma família de mulheres que ao longo da vida superaram muitas adversidades

Por Jucimara Lima

06 de junho de 2022, às 07h22

Mônica e a filha Laura são exemplos de mulheres fortes e empoderadas - Foto: Claudeci Junior / O Liberal.JPG

A representante comercial americanense Mônica Müller, de 61 anos, é uma mulher forte, marcada pela vida, não apenas pelos mais de 60 pontos que ela carrega no abdômen após a retirada de um tumor de 9kg que se instalou em seu ovário, mas também porque tem um longo histórico de superação.

Imagine, se ainda hoje não é fácil ser mãe solo, há 30 anos quando ela deu à luz a filha única Laura, era ainda mais desafiador. Nem o parto complicado aos seis meses de gestação e a bebê de apenas 1kg e 37cm abateram essa mulher que tem uma figura forte e, ao mesmo tempo, doce.

Com a mãe Maria Cecília (in memorian), ela conta que aprendeu a colocar a vida nas mãos de Deus e desde sempre é assim que tem feito. “Minha mãe sempre dizia: filha, Deus proverá”.

Mônica e a filha Laura são exemplos de mulheres fortes e empoderadas – Foto: Claudeci Junior / O Liberal.JPG

A fé também a ajudou a encarar de frente o diagnóstico de que a filha tinha paralisia cerebral decorrente de uma parada respiratória que ela teve dias depois do seu nascimento, algo que ela acredita ter sido decorrente de um erro médico. “Não guardo mágoas, mas as coisas poderiam ter sido diferentes”, reflete.

Enfrentando preconceitos. Um dos maiores problemas enfrentados por elas ao longo da vida foram os preconceitos devido à deficiência de Laura, que só a impede de andar normalmente e a obriga a usar andador ou cadeira de rodas dependendo da situação. Inteligente e muito bem articulada a moça, que hoje tem 30 anos, está formada em psicologia e pós-graduada em autismo. Das muitas histórias que ela tem para contar sobre preconceitos, Laura se recorda de uma passagem vivida na infância, quando uma professora disse que a escola normal não era lugar para ela. “Eu era pequena, mas lembro da cena e da fala dela até hoje”.

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Depois desse impacto, a menina se recusava a ir à escola, porém, consciente da importância da socialização com as outras crianças e principalmente preocupada com o futuro da filha, Mônica a levava chorando. “Eu pensava: não vou viver para sempre, então, preciso encaminhar a Laura”, recorda.

Novas Barreiras. O tempo passou, Laura ingressou na faculdade, e quando estava no último ano veio o diagnóstico de que Mônica tinha um câncer de ovário. “Minha barriga começou a crescer muito, eu pensava ser coisa de idade. Na verdade, eu acho que não queria enxergar a realidade”. Quando foi constatada a existência do tumor, elas recordam que os médicos diziam que não tinham muita coisa a se fazer. “Um deles chegou a dizer que iria me abrir e que dependendo de como estivesse, iria me fechar sem realizar nenhum procedimento”.

Prestes a fazer a cirurgia em Americana, Mônica recebeu uma ligação da Unicamp, algo que ambas consideram ter sido crucial para sua salvação. “Os médicos falaram para mim que minha mãe tinha 1% de chance da cirurgia dar certo”. Assim, contrariando todos os prognósticos, a cirurgia foi um sucesso. Prevista para durar até 10 horas, em 4 horas Mônica já estava sendo encaminhada para o quarto. Pesando apenas 40kg, dentro de sua fragilidade ela se fez forte e, poucos dias depois, recebeu alta, sem nem mesmo precisar fazer quimioterapia. “Eu tive um Deus que me curou”.

Infelizmente, um ano depois dona Maria Cecília acabou falecendo. Contudo, Laura agradece por não ter perdido a mãe primeiro. “Eu ficaria órfã de mãe e avó”, pontua.

Ressurgindo das cinzas. Ao longo de sua recuperação, Mônica se recorda do carinho e dos cuidados da mãe, que mesmo muito doente estava sempre olhando por ela. Além, disso se lembra de acordar de madrugada e encontrar dona Maria Cecília orando ao seu lado. “Toda vez que minha mãe me via ela falava: ‘Deus te abençoe’, e ele com certeza me abençoou muito. Imagine, que pra gente nunca faltou nada, mesmo ficando mais de um ano sem trabalhar, os donos da empresa em que atuo sempre ajudaram e nunca me cobraram nada”.

Curada, hoje mãe e filha batalham para que Laura, que atualmente além de trabalhar como psicóloga também atua no setor do atendimento ao cliente em uma grande rede de supermercados, possa conquistar uma maior autonomia de vida. Além disso, a moça sonha um dia poder trabalhar no setor de oncologia em algum hospital infantil.

Por outro lado, Mônica, que sempre esteve ao lado da filha em todos os momentos, deseja estar por perto para mais uma vez aplaudir sua menina e se orgulhar da mulher forte que ela se tornou.

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