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Sobrecarga em Americana

Funcionários que atuam no HM relatam exaustão e falta de tempo até para comer

Relatos de profissionais feitos em meio à superlotação de leitos do HM apontam para sobrecarga; enfermaria tem 137% de ocupação

Por Marina Zanaki

15 de junho de 2021, às 07h55 • Última atualização em 15 de junho de 2021, às 14h07

Profissionais que atuam na linha de frente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, relataram ao LIBERAL que o momento é de exaustão. Sem se identificar, eles contaram uma rotina de trabalho intensa, sem tempo para comer e nem fazer as pausas garantidas por lei.

A enfermaria Covid do HM tinha 137% de ocupação nesta segunda-feira (14). A estrutura conta com 35 leitos clínicos, mas está acomodando 48 pacientes. No sábado, o número de pacientes chegou a 54, com taxa de ocupação em 154%.

Nesta segunda, são 21 internados com respiradores e cinco vagas livres no HM. No final de semana, o hospital também registrou ocupação máxima desses leitos.

Um dos funcionários disse que, em determinado momento, houve pelo menos quatro pacientes intubados na enfermaria aguardando vaga na ala semi-intensiva.

Eles disseram que a quantidade de funcionários está abaixo do necessário para a atual demanda. Há relatos de falta de itens como camas, pedestais para soro e cilindro de oxigênio, que já precisou ser buscado em outros setores do hospital.

“É um momento muito difícil, todo mundo que você conversa fala: eu nunca imaginei que ia trabalhar tanto na vida”, contou uma funcionária.

Houve também reclamações que o PAC (pronto-atendimento Covid) não dispõe mais de uma farmácia exclusiva, e os funcionários precisam se deslocar até a ala nova para pegar medicamentos, atrasando o atendimento.

Uma servidora do HM, que não atua diretamente no atendimento Covid e que também pediu para não ser identificada, disse que vários trabalhadores estão se reinfectando.

Ela fez um apelo à população. “As pessoas precisam deixar de brincar e levar a sério as recomendações de prevenção”, disse a funcionária.

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O Hospital Municipal disse que contratou equipe nova para a farmácia. “A gestão é da Fusame, mas o RH é da empresa terceirizada. A equipe começou a atuar na semana passada. Agora está sendo dimensionada a estrutura (bins, prateleiras e etc). E as pendências já estarão resolvidas nas próximas semanas”, respondeu o hospital na manhã desta terça-feira.

No domingo, diante da superlotação, o HM disse em nota que vem dispondo de leitos provisórios e uma estrutura que permite evitar a desassistência.

“O HM, único hospital público do município, destaca que nunca mediu e não medirá esforços para garantir o devido atendimento de todos que a ele recorrerem. A dedicação da estrutura física e profissional é completa, mas é fundamental que todos continuem a seguir as medidas preventivas; se vacinem no momento que a sua faixa de público seja disponibilizada, que esta pandemia será superada”, disse a prefeitura no domingo.

O LIBERAL pediu entrevista com algum porta-voz da Fusame (Fundação Saúde de Americana), que administra o HM, mas a assessoria de imprensa informou que, diante da alta demanda no próprio hospital, não seria possível.

Contratada para fornecer funcionários para o atendimento Covid, a Sociedade Beneficente Caminho de Damasco disse que “tem reportado diariamente a situação junto à diretoria da Fusame no sentido de atualizá-los quanto à capacidade atual dos leitos. O atendimento segue sendo realizado dentro do estabelecido contratualmente”.

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