inverno
Frio intenso em Americana e região está associado a ciclone no Sul
Fenômeno climático, batizado de Raoni, fez os termômetros despencarem, e sua influência deve ser sentida até o final de semana, de acordo com especialistas ouvidos pelo LIBERAL
Por Marina Zanaki
01 de julho de 2021, às 07h46 • Última atualização em 01 de julho de 2021, às 07h51
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/frio-intenso-em-americana-e-regiao-esta-associado-a-ciclone-no-sul-1553645/
A chegada de uma massa de ar polar nesta terça-feira trouxe frio intenso para Americana e região. A frente fria está relacionada ao Ciclone Raoni, que fez os termômetros despencarem em todo o País.
Segundo o meteorologista do Cepagri, Bruno Kabke Bainy, o frio desta quarta-feira ficou até mesmo abaixo do previsto, que indicava mínimas de 6 °C.
“Uma frente fria associada ao ciclone passou pelo Estado de São Paulo na terça-feira, e após essa passagem tem a entrada de massa de ar frio. O que aconteceu foi que essa massa de ar de origem polar é intensa e está fazendo uma trajetória mais continental, ao contrário de outras ocasiões, em que atuou no Sul e depois avançou para o oceano. Nesse caso, a entrada foi bem por dentro do continente”, explicou o pesquisador.
Os reflexos de Raoni estão sendo sentidos desde o Sul do País até o Centro-Oeste. O quente Mato Grosso do Sul teve temperaturas negativas nesta quarta. Nevou na Serra Gaúcha, e portos de Santa Catarina precisaram ser fechados por causa das intensas rajadas de vento e mar agitado nesta semana.
Um ciclone é um centro de baixa pressão atmosférica que provoca movimentação do ar, resultando em tempestades e ventos fortes. Mas o comportamento de Raoni chamou a atenção dos pesquisadores. Ele já recebeu diferentes classificações desde que começou a atuar, começando como um ciclone no Uruguai e evoluindo para uma tempestade subtropical no território de Santa Catarina.
“É o ciclone que vai proporcionar que massa de ar fria, de origem nos polos, migre em direção ao Equador, e essas massas de ar quente das regiões tropicais migrem em direção aos polos. É um mecanismo de equilíbrio térmico do planeta”, explicou o meteorologista.
O tempo deve seguir gelado nesta quinta, com mínima de 7 °C e máxima de 20 °C, sem novas quedas de temperaturas.
Recorde de frio
Americana teve nesta quarta a madrugada mais gelada dos últimos cinco anos. Os termômetros do Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas) registraram 5,5 °C na cidade. A última vez que Americana teve um frio mais intenso do que isso foi em 13 de junho de 2016, quando a mínima chegou a 5,2 °C.
A temperatura mais baixa da região foi em Nova Odessa. O Ciiagro registrou 1,9 °C durante a madrugada.
O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp registrou em Campinas nesta quarta a temperatura mais baixa desde o ano 2000. A estação do centro registrou 4,2 °C até as 7h de ontem.