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AMERICANA

Família defende outra versão para morte de adolescente no Parque de Liberdade

Família teme sofrer ameaças caso acusados sejam soltos e fará manifestação neste sábado

Por Pedro Heiderich

05 de agosto de 2021, às 08h04

A família da adolescente Kauane Cordeiro de Campos, de 17 anos, que morreu esfaqueada em 27 de março, no Parque da Liberdade, em Americana, defende outra versão para o homicídio da jovem.

Conforme apurado pelo LIBERAL, a suspeita é de que foi o marido de Kauane, Douglas da Silva dos Santos, de 25 anos, e não o cunhado Jorge Luiz da Silva Toledo, 25, quem cometeu o crime.

O cunhado teria assumido a autoria para livrar o irmão. O crime aconteceu na frente da filha do casal.

Kauane foi socorrida até hospital, mas não resistiu aos ferimentos – Foto: Reprodução

“A família, conhecendo os dois, acredita que foi o Douglas e que Jorge quis acobertar o irmão. Também pelo histórico agressivo do Douglas, que batia na Kauane até quando ela estava grávida”, conta Vitória Farias dos Santos, de 20 anos, prima da vítima.

A família tenta acesso a imagens de outra câmera que, segundo relatos, mostrariam que Douglas seria quem esfaqueia Kauane e não Jorge.

Os familiares também temem sofrer ameaça dos acusados caso eles sejam soltos. “Minha tia (mãe de Kauane) chora muito. Ficou muito chateada com a notícia. Eles não podem ser soltos, eles podem ameaçar a família, querer pegar a filha dela”, diz Vitória.

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Ela diz que Douglas e Kauane sempre brigavam muito. “Ele usava drogas e batia nela até quando ela estava grávida. Ele achava que ela traia ele, pegava facão, já pegou peixeira, ela não separava dele por medo”, conta.

Família e amigos de Kauane, indignados com a possível absolvição dos acusados, fará manifestação neste sábado (7), às 16h, na praça principal do Cidade Jardim, onde a vítima morava. Uma nova manifestação em frente ao fórum é cogitada para segunda-feira (9).

Entenda o caso

Douglas e Jorge estão presos preventivamente acusados pelo crime desde março. O MP (Ministério Público) denunciou os dois por feminicídio, sendo Jorge como autor e Douglas como coautor.

Entretanto, o órgão pediu a absolvição dos acusados após ter acesso às imagens do crime registradas em câmera de segurança. As imagens surgiram em julho e foram anexadas como prova.

Os advogados de defesa dos acusados, e depois o MP, apontam que as imagens mostram que Jorge agiu em legítima defesa e que Douglas nem aparece na cena do crime.

Agora, a Justiça deve decidir se absolve os acusados ou se o caso vai a Tribunal do Júri.

O crime

O crime teria ocorrido durante churrasco na casa do cunhado, após Jorge ter feito brincadeira que irritou Kauane, que partiu para cima dele com uma faca.

Aos guardas, ele confessou que esfaqueou a jovem para se defender. Douglas também estava no local, onde foram apreendidas duas facas. Na delegacia, eles não se manifestaram.

Logo após a morte, familiares relataram que Douglas costumava agredir a companheira e que ela já havia registrado boletim de ocorrência contra ele, mas que os retirou por medo.

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