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COVID-19

Especialistas apontam que chance de reabertura em Americana é pequena

A flexibilização das atividades na quarentena será anunciada nesta sexta-feira pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB)

Por Marina Zanaki

07 de maio de 2020, às 08h45 • Última atualização em 07 de maio de 2020, às 09h25

Americana e região têm poucas chances de fazer parte da primeira etapa de flexibilização da quarentena no Estado, que será anunciada nesta sexta-feira (8) pelo governador João Doria (PDSB).

A avaliação é do Comitê de Contingência do Coronavírus de São Paulo, responsável por levantar a situação epidemiológica e informá-la ao governador para auxiliá-lo nas decisões.

Membro do Comitê e responsável pelo estudo da disseminação da doença no interior, o professor da Unesp Carlos Magno Fortaleza acredita que não haverá reabertura na próxima semana em Americana.

“A decisão é do governador, mas eu entendo que uma cidade como Americana certamente não se enquadra nas cidades onde pode ser permitido abrir o comércio e todo mundo sair à rua”, afirmou o médico.

Professor da Unesp de Botucatu, ele lembrou que a curva da doença ainda é ascendente no País – e a situação não é diferente na região. “Americana é uma cidade de grande risco, como são todas as cidades grandes e muito conectadas. Temos Americana muito conectada com Campinas e Piracicaba, grandes focos regionais de difusão da doença”, alertou.

Professor Carlos Fortaleza em coletiva na capital: “Americana não se enquadra na reabertura”. – Foto: Mister Shadow / ASI / ESTADÃO CONTEÚDO

Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi disse em entrevista à Folha de S. Paulo que é improvável que a RMC (Região Metropolitana de Campinas) tenha reabertura imediata pois está na “zona vermelha”.

O governador está dividindo São Paulo em zonas com maior risco para determinar o ritmo da flexibilização da quarentena, e a vermelha é a que apresenta maior risco. Fazem parte dela a RMC, a Grande São Paulo e a Baixada Santista.

“Esses locais passam por grande aceleração no número de contaminações, baixa taxa de isolamento e grande parcela da população faz parte do grupo de risco”, disse Vinholi à Folha.

Opinião. Professora do curso de Enfermagem da FAM (Faculdade de Americana), Grace Pfaffenbach apontou que a disseminação no interior está de duas a três semanas atrasada em relação à capital paulista.
Nesse período, a situação em São Paulo passou de uma taxa de 60% dos leitos ocupados para mais de 80%, nível considerado crítico.

“Uma cidade como Americana que tem caso confirmado, tem internado, teve óbito, está em eixo de rodovia importante e não está fazendo isolamento social adequado, pelos critérios do Governo do Estado eles não devem flexibilizar”, avaliou.

A infectologista Ártemis Kílaris avaliou que, no momento, a cidade tem uma situação “tranquila” em relação ao número de casos. “Estamos bem preparados, tem leitos reservados para UTI, estão ociosos, praticamente desocupados, um ou dois ocupados”, afirmou.

Segundo a prefeitura, há sete internados com suspeita para a doença, mas não há informação de quantos estão na UTI. “Pode ser que abra o comércio e em 15 dias tenha que fechar, não sabe como vai ser a resposta da epidemia com o frio que está chegando. Talvez esperar mais um pouco, até o final de maio, com a entrada do inverno como vai ser a epidemia”, ponderou a médica sobre a situação.

A Prefeitura de Americana e nove entidades enviaram um apelo ao governador para a flexibilização da quarentena. Nesta quarta, a Secretaria de Saúde disse que não iria se manifestar.

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