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Americana

Escola faz ação para ajudar na inclusão de aluno surdo

Escola mobiliza comunidade interna para acolher aluno com deficiência auditiva; Kaue Barros, de 11 anos, cursa o sexto ano junto dos demais estudantes

Por Valéria Barreira

25 de setembro de 2019, às 10h06

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG
Resultado do trabalho foi apresentado na última sexta-feira à Diretoria Regional de Ensino e a profissionais da área

Para acolher um aluno surdo do sexto ano, a escola estadual Olympia Barth de Oliveira, em Americana, envolveu todos os demais estudantes e funcionários num projeto de inclusão.

O objetivo foi fazer com que Kaue Barros, de 11 anos, se sentisse de fato incluído na comunidade escolar e interagisse com todas as pessoas de forma natural.

O resultado do trabalho foi apresentado na última sexta-feira à Diretoria Regional de Ensino e a profissionais da área, aproveitando também a proximidade do Dia Nacional do Surdo, lembrado amanhã.

Durante uma tarde, todas as turmas da escola fizeram apresentações com o tema inclusão, algumas delas utilizando o alfabeto em libras.

Houve contação de histórias, apresentações musicais, performance de super-heróis e a presença de convidados surdos na apresentação de sexta-feira.

Entre eles, a mãe de um aluno que falou com o público através da linguagem dos sinais, enquanto uma professora intérprete de libras traduzia o que ela dizia.

Segundo Simone de Fátima Vargas, coordenadora da escola, a iniciativa foi elogiada pela diretoria de ensino e considerada como boa prática a ser incentivada. “Estamos muito felizes com o resultado”, diz Simone, destacando a participação da escola toda no projeto.

Ela conta que há vários alunos de inclusão estudando no colégio. Um deles é Kaue. Desde que ele chegou à unidade, ainda na quarta série, houve a preocupação em fazê-lo se sentir acolhido.

Mas neste ano a campanha foi intensificada com a chegada de uma nova professora intérprete de libras. Segundo a coordenadora, a profissional abraçou o projeto e ele acabou ampliado. “A ideia começou com passo de formiguinha e foi crescendo”, conta.

A primeira iniciativa do projeto foi colocar plaquinhas com a linguagem de sinais em vários pontos da escola. Elas estão nas salas de aula e também nas paredes externas. A escola sonha em poder pintar os sinais na parede do pátio, mas, como ainda não teve recursos financeiros para isso, imprimiu o alfabeto em libras em papel e espalhou pelas suas dependências.

E não foi só. A unidade também motivou o envolvimento de todos os professores com os demais alunos em salas de aula, chamando atenção para o tema. “Fizemos todo um trabalho de conscientização visando estabelecer a amizade e a comunicação entre os alunos. A ideia foi promover a socialização entre todos, mas da forma mais natural possível”.

Simone destaca que a preocupação foi fazer com que Kaue se sentisse igual a todos os demais alunos da escola e fosse visto também dessa maneira pelos colegas.

“Não queríamos que ninguém pensasse ‘ele é diferente, não vamos conseguir falar com ele’. Mas sim o contrário. Incentivamos a comunicação de uma forma natural e mesmo sem saber a linguagem dos sinais, os demais alunos se aproximaram e conseguiram, do jeito deles, se comunicar. Isso está sendo muito gratificante para a gente”, considera Simone.

A amizade e a relação entre os alunos se tornou tão natural que hoje eles até auxiliam os funcionários da escola na comunicação com Kaue. “Como estão sempre juntos, conseguem entendê-lo até mais que a gente. Ver como a comunicação se estabeleceu de forma tão natural e acolhedora, nos deixa muito felizes”.

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