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Ato

Entre aplausos e gritos de ‘privatiza’: a passeata dos funcionários dos Correios em Americana

Ato teve 1h20 de duração e percorreu a região central da cidade nesta quinta

Por Leonardo Oliveira

03 de setembro de 2020, às 18h18 • Última atualização em 04 de setembro de 2020, às 10h05

Cerca de 50 trabalhadores participaram da manifestação, que teve 1h20 de duração - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

Aos gritos de “a greve continua”, foi realizada nesta quinta-feira (3) a passeata dos funcionários dos Correios em Americana. Cerca de 50 trabalhadores participaram da manifestação, que teve 1h20 de duração. O ato foi coordenado pelo Sintectcas (Sindicato dos Trabalhadores em Correios de Campinas e Região).

O movimento saiu da Vila Santa Catarina, às 9h40, e percorreu a região central, passando pelo Terminal Metropolitano até chegar a Praça Comendador Muller, por volta das 11h.

Durante o trajeto, os funcionários da estatal foram aplaudidos, mas também houve gritos de “privatiza” vindos de moradores de prédios da cidade.

“Foi uma passeata muito boa, nós percebemos que a população está apoiando. A passeata foi tranquila. Também agradecer a PM que fez uma segurança pra gente garantindo que fosse uma passeata pacífica”, declarou o diretor do sindicato, José Ivaldo da Silva.

Uma carta aberta com os motivos da paralisação, iniciada em 17 de agosto, foi entregue para a população. Além disso, faixas eram carregadas pelos manifestantes, uma delas com os dizeres “privatização é coisa de ladrão”.

O ato é contra a privatização da empresa e a exclusão de 70 das 79 cláusulas de um acordo coletivo que tinha validade até 2021, mas foi anulado pelo STF (Superior Tribunal Federal), o que retiraria, segundo o sindicato, direitos como vale-alimentação, 30% do adicional de risco e licença-maternidade de 180 dias, auxílio creche, ticket alimentação, entre outros.

“O objetivo é sucatear a empresa e acelerar sua privatização. Fecharam agências, não realizam concursos desde 2011, vem demitindo trabalhadores concursos para enxugar a empresa, o que vem ocasionando a piora no serviço prestado à população”, diz um trecho da carta aberta entregue.

Funcionários ouvidos pelo LIBERAL também reclamaram da situação dos Correios especificamente em Americana. Um trabalhador, que pediu para não se identificado, diz que a junção dos dois centros de distribuição que antes existiam na cidade em um só, no São Manoel, causou uma sobrecarga.

“Onde já se viu um funcionário sair com mais de 280 encomendas para entregar em três horas. É impossível. Já temos três casos confirmados de Covid-19 no mesmo local. Reduz custo de um lado e pressiona funcionários. Temos, em média, 34 carteiros. O ideal era o dobro”, afirmou.

Em respeito às normas sanitárias para prevenção do novo coronavírus (Covid-19), os participantes do ato estão utilizaram máscara de proteção.

Outro lado

Questionado pelo LIBERAL, os Correios enviaram a seguinte nota sobre o movimento realizado em Americana.

Os Correios permanecem firmes na estratégia de proteger seus empregados e continuar servindo à população. Medidas cada vez mais exigentes de sanitização também vem sendo implementadas, tornando nossa operação mais segura.

Desde o mês de março, a empresa vêm adotando sucessivas medidas de proteção à saúde de seus empregados, clientes e fornecedores. Todos os empregados receberam máscaras laváveis e álcool em gel. Nos guichês das agências, foram instaladas barreiras acrílicas, com o objetivo de preservar os empregados e os clientes, e no fluxo de atendimento, está sendo realizado o gerenciamento de filas.

Ocorrendo a suspeita de contaminação entre os empregados, a empresa providencia ações de sanitização em todo o ambiente da unidade e o afastamento imediato da pessoa que possa estar diagnosticada. Ainda em atenção à saúde do efetivo, todos os empregados dos Correios que se enquadram no grupo de risco, bem como aquele que coabitam com pessoas nessas condições, estão exercendo atividades em regime de teletrabalho.

A empresa está acompanhando a situação de saúde dos seus funcionários, prestando o apoio necessário e atuando para garantir o bom funcionamento das atividades operacionais.

Com relação à paralisação parcial do empregados, de acordo com sistema de monitoramento dos Correios, a adesão ao movimento paredista é baixa. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho no julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo.

Cabe destacar ainda que, em liminar concedida nessa terça-feira (1º), a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Kátia Magalhães Arruda, determinou que as federações se abstenham de impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal em todas as unidades dos Correios. A pena por descumprimento é multa diária de R$ 100 mil.

Os Correios estão trabalhando para minimizar os efeitos da paralisação parcial dos empregados. A empresa tem realizado mutirões de entregas em todo país, medida que faz parte do plano de contingência da empresa. Outras ações como apoio dos empregados da área administrativa e o remanejamento de veículos estão sendo adotadas. A iniciativa demonstra o compromisso dos Correios com a qualidade operacional e com os clientes, neste momento em que os serviços da estatal são ainda mais essenciais aos brasileiros.

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