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Rede privada

Ensino profissionalizante apresenta queda de 63% em Americana

A redução está ligada aos cortes feitos pelo governo federal no Pronatec

Por Marina Zanaki

14 de agosto de 2019, às 11h26

O número de estudantes matriculados em cursos profissionalizantes oferecidos por instituições privadas de ensino caiu 63% em Americana entre 2014 e 2018. A redução está ligada aos cortes feitos pelo governo federal no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

O ensino profissionalizante foi lançado em 2011 com o objetivo de preparar para o mercado de trabalho, com cursos técnicos em áreas diversas. Em 2014, havia 2.743 alunos matriculados nessa modalidade de ensino em Americana. Esse número veio caindo a cada ano e em 2018 chegou a 1.009 estudantes.

Em 2015, Americana contava com 12 escolas da rede particular de ensino que ofereciam ensino profissionalizante. Já no ano seguinte, a quantidade de colégios caiu pela metade, um número que se mantém até o momento.

Na avaliação do vice-presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), José Augusto de Mattos Lourenço, a queda está diretamente relacionada aos cortes do governo federal no Pronatec para ajustes fiscais.

Por meio desse programa, a ex-presidente Dilma Rousseff tinha como objetivo ampliar o acesso ao ensino profissionalizante, oferecendo cursos gratuitos em instituições públicas e privadas. Ele é voltado a estudantes do ensino médio da rede pública, trabalhadores e beneficiários de programas sociais.

“As escolas apostaram no Pronatec, investiram em termos de laboratórios e tudo o mais. De repente o governo, com a receita diminuindo, reduziu inscritos em todas as escolas”, apontou o representante sindical.

Em 2015, o governo federal anunciou uma redução na casa dos 60% na oferta por meio do programa, passando de 2,5 milhões de vagas para apenas 1 milhão. Levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo aponta que o número de alunos no Pronatec teve nova redução este ano, caindo 58% em relação a 2018.

Em paralelo, a busca por cursos gratuitos pode ter contribuído com a redução. “Temos as Etecs (escolas técnicas estaduais) dentro do Estado, que são excelentes. A procura pelas Etecs é muito grande e automaticamente reduziu as escolas particulares”, analisou Mattos.

Currículo

A partir de 2022, as escolas devem seguir uma nova base curricular, que prevê que os estudantes possam escolher parte das disciplinas que vão cursar no ensino médio. A partir disso, essa etapa da vida escolar terá um viés mais profissionalizante e, para o vice-presidente do Sieeesp, há potencial para atrair os estudantes.

“Acredito em um crescimento no número de alunos, principalmente pelo interesse maior pela preparação para o mercado de trabalho”, torce Mattos.

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