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COVID-19

Enfermeiro de Americana morre vítima de coronavírus

Renan Daniel do Prado, de 31 anos, morava no São Jerônimo e estava internado em Piracicaba desde o dia 8; é a primeira morte de um profissional da saúde em Americana

Por Rodrigo Alonso

30 de maio de 2020, às 18h00 • Última atualização em 31 de maio de 2020, às 07h11

Morador de Americana, o enfermeiro Renan Daniel do Prado morreu neste sábado (30), aos 31 anos, vítima de coronavírus (Covid-19).

Ele é o sétimo óbito na cidade e o primeiro de um profissional da saúde no município.

Renan estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional Dra. Zilda Arns, em Piracicaba, desde o último dia 8.

Renan morava no Parque São Jerônimo e trabalhava em Piracicaba – Foto: Reprodução – Facebook

As informações são de sua mãe, Cleuza Aparecida dos Santos. Segundo ela, Renan teve uma piora nesta sexta.

“O oxigênio dele não estava saturando. Chegou a 20%, quando o aceitável é 90%. Então, ele quase ‘foi’ ontem [sexta-feira, 29]. Os médicos conseguiram salvar”, contou.

Neste sábado, por volta das 13 horas, o enfermeiro não resistiu, de acordo com Cleuza. “Ele teve uma parada cardíaca, e eles [médicos] não conseguiram trazê-lo de volta”.

Renan morava no bairro São Jerônimo e, há três anos, trabalhava em Piracicaba, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Piracicamirim.

Antes, em Americana, ele havia atuado no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi e no PA (Pronto Atendimento) do Antonio Zanaga.

Até sexta, conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura, a cidade havia registrado 105 contaminações por coronavírus e tinha 48 casos suspeitos em investigação.

A notícia da internação do enfermeiro chegou a abalar servidores que atuam no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, conforme relato de um médico ao LIBERAL.

Em uma postagem em seu perfil no Facebook, no dia 8 de abril, Renan criticou quem ainda minimizava o coronavírus. “O brasileiro é assim mesmo, só aprende quando a desgraça estiver em casa”, postou.

Mortes

A morte do enfermeiro se junta a outras seis de moradores de Americana.

Na cidade, o primeiro óbito ocorreu no dia 27 de março e foi confirmado pela prefeitura em 3 de abril. Trata-se de um idoso de 64 anos, morador da Vila Rehder.

A segunda morte ocorreu no dia 4 de abril. A vítima era o fundador da FAM, Florindo Corral, de 70 anos, que pertencia ao grupo de risco e estava internado em São Paulo.

No dia 13 de abril, a Prefeitura de Americana anunciou a terceira morte pelo coronavírus. A vítima era o comerciante Alessandro Moitinho Pacheco, de 48 anos, morador do Jardim Ipiranga.

Ele estava internado no Hospital Dr. Waldemar Tebaldi e pertencia ao grupo de risco por ser hipertenso e diabético.

No dia 8 de maio, o governo municipal informou a quarta morte, de um homem de 60 anos, que era morador do Parque da Liberdade e estava internado em São Paulo.

Ele faleceu no dia 28 de abril, no Hospital do Servidor Público Estadual, na capital paulista. O paciente, segundo informou a prefeitura, estava em tratamento de câncer.

A quinta e a sexta morte ocorreram na casa de repouso Flor de Liz, no bairro Santa Cruz, no último sábado (23). As vítimas eram duas moradores do local de 69 e 71 anos.

Podcast Além da Capa
O novo coronavírus representa um desafio para a estrutura de saúde de Americana, assim como outros municípios da RPT (Região do Polo Têxtil), mas não é o primeiro a ser encarado. H1N1, dengue, malária, febre maculosa. Outras doenças também modificaram rotinas, exigiram cuidados além do trivial – ainda que não tenha havido quarentena, como agora – e servem de experiência para traçar paralelos com o atual cenário. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com a repórter Marina Zanaki, que assina uma série de reportagens sobre outras epidemias em Americana.

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