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Americana

Empresa diz que DAE não seguiu plano em obra da nova captação

Construtora vê acionamento prematuro das bombas; DAE nega e diz que empresa desmobilizou equipe

Por André Rossi

14 de fevereiro de 2021, às 08h29 • Última atualização em 15 de fevereiro de 2021, às 10h05

A Construtora Artec, responsável pela execução da nova captação de água bruta do Rio Piracicaba, afirmou que o DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana não seguiu o plano de montagem da “forma correta” e que isso causou o problema na interligação da obra em outubro de 2020.

O posicionamento da empresa foi enviado ao LIBERAL na última quinta-feira (11), como uma resposta às declarações do superintendente da autarquia, Carlos Cezar Gimenez Zappia, durante participação na sessão da câmara no dia 5 de fevereiro.

Nova captação de água apresentou problemas e é motivo de discussão entre o DAE de Americana e a Artec – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Na oportunidade, o funcionário público informou que o DAE terá de refazer a interligação da nova captação – a data ainda não está definida – e revelou que a Artec está em processo de recuperação judicial. Isso aconteceu durante a execução do contrato.

“Essa construtora, vamos dizer assim, ela ‘quebrou’ em função da redução das obras que ela tinha pelo Brasil todo. Ela começou a fazer uma operação financeira interna errada e aí isso refletiu na gente. Ela atendeu totalmente as exigências, só que no meio do caminho ela tropeçou”, comentou Zappia na sessão.

A Artec inicia a nota ressaltando que não “quebrou”, como disse o superintendente, e que o processo de recuperação judicial não se confunde com falência. Já sobre a obra, é dito que o DAE não teria cumprido o plano de ação.

O serviço para conectar a velha com a nova captação foi realizada no dia 6 de outubro do ano passado. Entretanto, uma válvula de interligação se rompeu e deixou a cidade sem água por quase 48 horas. O equipamento havia sido inspecionado e aprovado pelo departamento.

Zappia explicou que, na época, foi necessário esvaziar a adutora (tubulação) de água bruta para retirar a água que inundou a caixa de comando da nova captação. Na nota, a Artec afirmou que sua equipe de engenharia consultou “especialistas” para diagnosticar o que realmente ocorreu.

“As suspeitas iniciais de uma sobre pressão transitória acima dos limites suportáveis do conjunto de vedação da válvula indicaram que o prematuro acionamento das bombas contribuiu para esse efeito negativo na rede adutora e pode ter sido crucial para ter danificado a vedação da válvula”, afirmou a Artec.

É dito ainda que as ações recomendadas envolviam manter 33% da capacidade total de vazão de adução (350 litros por segundo) durante 1,5 horas. Com isso, a adutora iria encher de maneira lenta e gradual, permitindo que toda coluna de ar fosse expelida de maneira mínima e constante.

Porém, tal orientação não teria sido respeitada pelo DAE. A empresa reforça que instalou a válvula conforme determinava o projeto e que é “factível supor” que a pressão da linha adutora de água ultrapassou a pressão máxima admissível ou a velocidade de fluido.

“Desta feita, por conta de o DAE não ter seguido o procedimento de forma correta, conforme o plano de ação para montagem, entregue pela Artec, ocorreu o vazamento”, afirmou a empresa, que aponta que só resta a ela retirar a ensecadeira e fazer o calçamento final para encerrar sua participação na obra.

Outro lado
Questionado, o DAE informou que seguiu todos os procedimentos técnicos para a retomada do bombeamento e, como operador do sistema, garantiu a segurança da operação.

Já o problema com a válvula seria recorrente, pois em julho de 2020 a Artec tentou instalar a peça, mas a mesma apresentou defeito de fabricação. Após vistoria detalhada do DAE, foi constatado que se tratava de um produto recondicionado e sem condições de uso.

Na segunda tentativa, o departamento diz que o plano de interligação citado pela Artec não foi cumprido – principalmente com relação aos aspectos de contingência – porque a empresa desmobilizou parte de sua equipe antes do término dos serviços.

“O que acabou atrasando a retomada do abastecimento do município em mais de 12 horas”, apontou a autarquia.

O DAE também diz que o posicionamento da empresa não condiz com o atual estágio da obra, visto que ainda restam diversos serviços a serem executados, como a conclusão da instalação do elevador “monta carga” e da impermeabilização da casa de bombas.

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