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Pandemia

Em Americana, Covid-19 mata mais em 3 meses que H1N1 em 11 anos

Em um trimestre, novo coronavírus matou 27 pessoas em Americana, enquanto desde 2009, H1N1 vitimou 26 moradores

Por Marina Zanaki

02 de julho de 2020, às 08h16 • Última atualização em 02 de julho de 2020, às 17h41

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) matou mais moradores de Americana em três meses do que a gripe H1N1 em 11 anos. A Vigilância Epidemiológica informou nesta quarta-feira a 27ª morte provocada pela Covid-19.

A primeira morte na cidade ocorreu no dia 27 de março. Desde que surgiu na cidade, em 2009, a H1N1 matou 26 pessoas. O ano com maior mortalidade foi 2016, com 13 vítimas fatais.

A infectologista Ártemis Kílaris lembrou que o H1N1 contava, desde o início da pandemia, com um antiviral eficiente – o Tamiflu. Ela apontou que além de não haver tratamento específico, a doença provocada pelo coronavírus é multissistêmica.

“É uma doença muito mais grave [do que H1N1], é assustador. Às vezes o paciente chega no hospital com pulmão completamente acometido. É uma doença muito patogênica, causa muitos problemas”, disse.

“O que se discute é que o vírus causa microtrombos [pequenos coágulos] no pulmão, na microcirculação. Isso leva à insuficiência respiratória, o paciente precisa ser intubado e usar anticoagulante. Além disso, pode afetar o fígado e os rins, com muita frequência. Além do respirador, muitos necessitam de hemodiálise. É uma doença multissistêmica”, definiu a infectologista.

A Secretaria de Saúde de Americana disse que, apesar de ambas as doenças serem graves, “o processo inflamatório sistêmico que o novo coronavírus desencadeia nos indivíduos que desenvolvem casos grave é notoriamente mais agressivo que o H1N1, o que torna maior a mortalidade”.

A pasta lembrou que o coronavírus também é mais contagioso do que a H1N1. Enquanto o vírus Influenza tem taxa de transmissão para uma pessoa, um infectado com coronavírus pode transmitir para três. Isso contribuiu para que mais pessoas ficassem doentes e, consequentemente, desenvolvessem quadro grave.

A pasta também indicou que a descoberta de uma vacina para H1N1 e a oferta massiva aos grupos prioritários por meio de campanhas diminuíram a mortalidade ao longo do tempo.

“Devido às campanhas de vacinação contra a Influenza, muitos indivíduos estão imunes ao vírus H1N1, enquanto que para o coronavírus todas as populações do mundo estão suscetíveis, por se tratar de um novo agente etiológico em curso”, afirmou a pasta.

A 27ª vítima do novo coronavírus em Americana era um idoso de 82 anos, morador do Nova Americana. Ele estava internado no Hospital Municipal desde 22 de junho e morreu na noite desta terça. Ele era cardíaco, tinha doença renal crônica e pneumopatia. A cidade aguarda o resultado de oito mortes com suspeita para a doença.

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