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Americana

Em Americana, busca pela energia solar mais do que dobra em 2020

Número de geradores de energia solar implantados em Americana dobra entre 2019 e 2020, segundo a Aneel

Por Heitor Carvalho

31 de janeiro de 2021, às 08h02 • Última atualização em 31 de janeiro de 2021, às 08h43

O número de geradores de energia elétrica a partir do sol em Americana mais do que dobrou entre 2019 e 2020. Houve um aumento de 235 para 487 no período.

De um ano para o outro, a quantidade anual de instalações de painéis solares para a geração de energia elétrica em residências, comércios e indústrias cresceu cerca de 81% na cidade. Em 2019, foram 139 geradores instalados. Em 2020, foram 252 instalações no município.

No total, já com dados de 2021, funcionam em Americana 495 estruturas que produzem a própria energia por meio da geração distribuída (GD) fotovoltaica na cidade. Os dados são da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O termo “geração distribuída” é dado à energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele.

Entre os municípios da RPT (Região do Polo Têxtil), Americana é a primeira cidade na classificação regional de potência instalada em energia solar, com um total acumulado de 4,9 megawatts de potência.

Apenas em 2020, foram introduzidos em Americana mais quilowatts (kW) em potência instalada de energia fotovoltaica do que o que foi acrescentado na cidade nos anos entre 2015 e 2019 somados.

O biólogo Thiago Pietrobon, que é diretor de uma empresa de assessoria ambiental de Americana, diz que, apesar da desaceleração causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o crescimento da energia solar em Americana está acima da média nacional.

“Existe sim o fator preço. Os custos caíram ao longo dos anos, apesar de terem se estabilizado mais recentemente. Também há uma questão tecnológica, visto que os painéis solares ficaram mais eficientes”, afirmou.

Painéis usados para a geração de energia solar em estabelecimento comercial de Americana – Foto: Evaldo Sangali / Divulgação

Pietrobon também explicou as vantagens econômicas dessa fonte de energia. Como exemplo, ele cita formas de financiamento do valor de instalação que deixam a parcela que o consumidor vai pagar por mês muito próxima do valor da conta de energia elétrica tradicional.

“Esses sistemas produzem energia por cerca de 25 anos, então é possível afirmar que essa é a fonte de energia mais barata do Brasil hoje, se você fizer a divisão do quanto investiu [na instalação] e do quanto ele [o sistema] vai te devolver em produção de energia ao longo de todos esses anos”, explicou o diretor.

Além disso, segundo Thiago Pietrobon, a RPT é uma das regiões com melhor potencial de irradiação solar no estado de São Paulo, com índices melhores, inclusive, do que os vistos em cidades litorâneas. A irradiação solar é uma determinada quantidade de radiação solar por unidade de área.

Mercado
Evaldo Sangali, proprietário de uma empresa de energia fotovoltaica no Jardim São Manoel, em Americana, disse que após o começo do relaxamento das medidas de quarentena, a partir de agosto, houve um aumento considerável da demanda.

“Antes da pandemia, a média era de dois projetos por mês, durante pandemia não vendemos nada e, agora, estamos vendendo dois sistemas por semana, desde sistemas maiores para comércios, como padarias e supermercados, até sistemas residenciais. Não tenho do que reclamar”, disse.

A constatação é a mesma de Vinicio Papa, dono de uma empresa do setor localizada na Vila Lourecilda. “As vendas dispararam ‘após a pandemia’, principalmente devido à demanda reprimida, reflexo dos meses parados, mas já está voltando aos níveis normais”, afirmou.

Luis Fernando, engenheiro de uma empresa de Nova Odessa, disse que, apesar de ter ocorrido uma queda em relação aos níveis de vendas registrados em 2019, no quarto trimestre de 2020 a procura começou a aumentar novamente.

“Aqui nós recebemos pelo menos cinco pedidos de orçamento por dia. No entanto, o índice de pedidos que terminam no fechamento do negócio ainda é pequeno. Nós fazemos cerca de seis instalações por mês, o que ainda é muito pouco diante do potencial do setor”, explica.

Apesar das perspectivas favoráveis para o setor, um dos entrevistados pelo LIBERAL, que trabalha de forma autônoma no setor de energia fotovoltaica da cidade e não quis ser identificado, as empresas ainda consideram esse investimento muito caro.

“A visão do empresário, principalmente da cidade de Americana, é muito restrita ao valor final do projeto com a ideia de que ‘é caro’. No entanto, se fizermos esse valor parcelado, o consumidor vai trocar o valor da conta de energia pelo custo do financiamento do sistema”, concluiu.

Nacional
No Brasil, segundo levantamento realizado pela Absolar (Associação Brasileira e Energia Solar Fotovoltaica) em 2020, Uberlândia, em Minas Gerais, foi a cidade líder na colocação do ranking municipal de geração distribuída, com 48 MW.

De acordo com a associação, desde 2012, o setor solar fotovoltaico trouxe ao estado de São Paulo 816,2 MW de capacidade instalada em energia solar, o que agregou mais de R$ 3,5 bilhões em novos investimentos e gerou cerca de 24 mil empregos.

Ainda segundo a Absolar, em todo o País, o uso da energia solar corresponde a 1,7% da matriz energética nacional, sendo que apenas a energia solar residencial é responsável por 72,6% do montante produzido por esse tipo de energia renovável.

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