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Americana

Edital prevê fim de dinheiro nos ônibus de Americana

Medida deve entrar em vigor depois que empresa vencer licitação e tem por objetivo fazer com que o motorista não precise fazer a cobrança da passagem

Por George Aravanis

07 de setembro de 2019, às 08h19

A Prefeitura de Americana quer acabar com o pagamento em dinheiro nos ônibus do transporte urbano. O edital que dá início à licitação para exploração do serviço, publicado na última quinta-feira, prevê que serão feitos ajustes na legislação para tornar obrigatório o uso do cartão magnético ou forma de pagamento similar (como aplicativo de celular), “não sendo mais aceito o pagamento em espécie.”

O ajuste nas leis está previsto para a primeira fase da concessão, ou seja, no primeiro ano de serviço da empresa ganhadora da licitação. A fase dois começa no segundo ano. A reportagem questionou quando o fim do dinheiro deve estar em vigor, mas a prefeitura não respondeu.

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal
 Segundo Prefeitura de Americana, ideia é também modernizar o sistema de pagamento e melhorar a integração

Em 19 de agosto, durante audiência pública na câmara, a autoridade de Trânsito de Americana, Eraldo Camargo, disse que um dos objetivos da extinção do pagamento em dinheiro é que o motorista não precise mais fazer a cobrança (o que hoje ocorre, contrariando uma lei municipal que proíbe o acúmulo de funções).

A ideia é também modernizar o sistema. Naquela ocasião, a eliminação do pagamento em espécie ainda não estava prevista na minuta do edital – o documento completo foi publicado nesta quinta-feira.

“Uma das coisas sim [acabar com a função dupla], e a gente vai usar tecnologia nova para não ficar no que era antigamente”, disse Eraldo no dia 19. A autoridade também afirmou que algo em torno de 20%, ou “um pouco menos” dos passageiros, pagam em dinheiro.

O uso do cartão é necessário, por exemplo, para fazer a integração (usar mais de um ônibus em até 60 minutos no mesmo sentido). Hoje, segundo Eraldo, em apenas 7% do sistema acontece a integração.

Como o edital prevê a reestruturação do transporte com a criação de uma rede tronco-alimentadora, com várias linhas fazendo a ligação de pontos estratégicos aos bairros, a tendência é que a integração se torne mais utilizada – ou seja, que mais gente use dois ônibus.

Diretor do Sindicato dos Condutores, Nadir Migliorini diz que a extinção do pagamento em dinheiro é uma tendência, principalmente para evitar roubos. “Isso está acontecendo em todo lugar. Eu acredito que teria mais segurança”, afirmou Migliorini.

Passageiros, mesmo os que usam dinheiro, não se opõem à medida. É o caso do atendente Joel Oliveira, 26, que tem pagado suas viagens em espécie porque teve um problema com o cartão. “Seria mais prático”, afirmou nesta sexta.

“Acho que é uma boa ideia sim, eu concordo. Não fica aí pegando fila para motorista ficar cobrando”, afirmou a assistente social Raimunda Serra, que já usa o cartão.

Subsídio

Na última quinta, a prefeitura informou que vai alterar o edital por que, como revelou ontem o LIBERAL, o texto prevê a possibilidade de subsídios à empresa ganhadora. O problema é que o subsídio foi proibido por uma lei de autoria do próprio prefeito Omar Najar (MDB), publicada sábado. A prefeitura disse que a empresa contratada para ajudar no edital utilizou a legislação anterior. Ontem, o LIBERAL questionou quando o edital será alterado, mas a prefeitura não respondeu.

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