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Americana

Dez das 18 unidades de saúde não têm mais agenda este ano

Com déficit de médicos em Americana, administração municipal vai relançar edital para contratar profissionais; população reclama da situação em postos

Por George Aravanis

31 de agosto de 2019, às 07h52 • Última atualização em 31 de agosto de 2019, às 08h33

Das dezoito Unidades Básicas de Saúde e de Estratégia de Saúde da Família de Americana, dez não marcam mais consultas porque não há agenda disponível para este ano. O motivo é a falta de médicos de clínica geral na rede.

O déficit de profissionais tem sido o principal problema da Saúde. A administração tenta contratar uma empresa para fornecer 14 médicos de atenção básica – o edital, que precisa ser alterado por ordem do TCE (Tribunal de Contas do Estado), ainda será republicado.

Foto: Leonardo Oliveira / O Liberal
Posto do Zanaga perdeu médico generalista no mês passado

A prefeitura informou ontem que só oito unidades ainda marcam consultas para este ano. São as UBS (Unidades Básicas de Saúde) Parque das Nações, São Domingos, Parque Gramado, Jardim Ipiranga, São Vito e as unidades de ESF (Estratégia de Saúde da Família) Parque da Liberdade, Mário Covas e Jardim Brasil. Nas outras, os agendamentos não são mais feitos.

No Parque das Nações, por exemplo, é possível marcar consulta para outubro. No São Vito, para novembro, e no São Domingos, dezembro. No postinho do Cariobinha, a determinação da Secretaria da Saúde foi interromper o agendamento há cerca de uma semana, segundo uma funcionária. Lá, a agenda está lotada até o final do ano.

Para ser atendido nas unidades, a única solução é tentar um encaixe (ir à unidade básica de saúde sem consulta marcada na expectativa de que alguém falte).

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Pacientes buscam encaixe de madrugada na unidade do Jardim São Paulo

O problema é que, além de torcer para isso, é preciso disputar com outras pessoas que tentam o encaixe, o que faz com que quem busca essa alternativa chegue até de madrugada à unidade, como já mostrou O LIBERAL.

O aposentado Denir Francisco Mayer, que tem pressão alta, já madrugou em busca de encaixe na unidade do Jardim São Paulo. Agora, ele tem consulta agendada para setembro – marcada sete meses atrás, segundo o aposentado. Quando precisa de atendimento imediato, desistiu de tentar a sorte em busca de encaixe, já que tem de chegar de madrugada sem a certeza de ver o médico.

A solução, então, é procurar o HM (Hospital Municipal), como na semana passada, quando a pressão bateu em 26 por 16. “Vou no HM, lá eles te aplicam uma injeção que resolve de momento, mas problema de pressão tem que ser um clínico geral, um cardiologista pra te acompanhar”, afirmou Mayer, que classifica a situação como absurda.

Recorrer ao HM tem sido a opção de muita gente, o que sobrecarrega o atendimento de urgência e emergência “A população vai procurar médico onde eles sabem que tem, e acaba indo pro HM”, disse o secretário de Saúde, Gleberson Miano, na terça-feira, em evento no gabinete do prefeito Omar Najar.

Depois que a prefeitura conseguir concluir a contratação da empresa que deve fornecer 14 médicos de atenção básica, a ideia de Gleberson é focar o trabalho nas unidades em que a fila por consultas está maior (ele disse que há UBSs com agenda para março).

“Eu pretendo pegar um número maior de médicos e direcionar para o lugar onde está mais longe [a consulta], tipo um mutirão, para acabar logo e depois dividir nas unidades”, afirmou Gleberson, que não prevê em quanto tempo seria possível atender todos à espera.

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