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varíola dos macacos

Desinformação sobre doença leva a medo de visitas ao zoológico em Americana

Alta nos casos de varíola dos macacos tem provocado temores injustificados na população

Por Maria Eduarda Gazzetta

14 de agosto de 2022, às 07h13 • Última atualização em 14 de agosto de 2022, às 07h14

Os macacos que vivem na ilhota do Parque Ecológico de Americana - Foto: Marcelo Rocha - Liberal.JPG

O crescimento dos casos de varíola dos macacos pelo País e também na RPT (Região do Polo Têxtil) tem feito com que pessoas associem a doença ao animal e temam, inclusive, frequentar espaços como zoológicos.

Diretor do Parque Ecológico de Americana, João Carlos Tancredi relatou ao LIBERAL que recebeu dois telefonemas, recentemente, de pessoas perguntando se havia problemas em visitar o local.

“É importante ressaltar que o macaco não é hospedeiro e não transmite o vírus. As pessoas ficam preocupadas, mas o macaco não tem nada a ver com isso, então precisamos tirar esse estigma do bichinho e evitar que isso tome um rumo pior”, comentou Tancredi.

No zoológico de São José do Rio Preto, a 320 quilômetros de Americana, pelo menos dez macacos da espécie sagui e prego foram resgatados com sinais de intoxicação ou agressão. Sete morreram. A Polícia Militar Ambiental diz acreditar que os casos de intoxicação foram motivados por pessoas com medo da varíola.

A infectologista Ártemis Kílaris explica que o vírus foi descoberto em 1958, durante dois surtos parecidos com a varíola, em duas colônias de macacos que estavam em um laboratório para pesquisa. Esse vírus, então, foi identificado como sendo da mesma família da varíola. Como foi encontrado primeiramente no primata, foi denominado como varíola do macaco.

“Depois, na década de 70, foi registrado o primeiro caso desse vírus em países da África. A OMS [Organização Mundial da Saúde] quer mudar o nome para que as pessoas não confundam e achem que vem do macaco. Ele é transmitido de humano para humano”, diz.

Ainda de acordo com a médica, a transmissão do vírus acontece por meio de contato de pessoas que estão com a doença, seja pela lesão da pele, mucosa ou genitais.

CASOS. Nas cidades da região, até a última sexta-feira, 12, haviam sido confirmados três casos da doença. São pacientes de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Hortolândia. Nenhum morreu.

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