19 de abril de 2024 Atualizado 21:38

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Levantamento

De oito casos de suicídio em Americana, sete eram homens

Perfil de ocorrências de suicídio este ano em Americana mostra predominância do gênero masculino e de pessoas com mais de 50 anos, aponta levantamento

Por Marina Zanaki

28 de setembro de 2019, às 08h10

Dos oito moradores de Americana que tiraram a vida em 2019, sete eram homens e cinco tinham mais de 50 anos. Em todo o ano passado, foram 19 suicídios consumados – 13 entre pessoas do sexo masculino.

Por outro lado, as mulheres aparecem com maior incidência nas tentativas. Dos 72 casos no ano passado em Americana, 49 se referem a pessoas do sexo feminino. As informações foram divulgadas pela Prefeitura de Americana.

Esses perfis observados na cidade são semelhantes ao que foi apurado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em um boletim do Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde da Faculdade de Ciências Médicas, publicado em junho deste ano.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
CVV é um dos locais onde a população pode buscar ajuda

O levantamento aponta que as taxas masculinas de suicídios consumados são maiores que as femininas em todas as idades. Entre os homens, a maior ocorrência é observada na faixa de 40 a 59 anos. As taxas de tentativas de suicídio são mais elevadas nas mulheres em todas as faixas de idade. Para o estudo, foram levantados dados de 1996 a 2017 em Campinas.

ANÁLISE

A psicóloga Carla Damares Oliveira Rocha lembrou que o suicídio é um fenômeno multifatorial. Contudo, indicou que a partir desse perfil observado na cidade é possível levantar algumas hipóteses que ajudem na prevenção.

A profissional recordou o levantamento da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgado em agosto pelo LIBERAL no qual consta o maior índice de envelhecimento em Americana desde 1980.

“Pensando em Americana, tem toda essa questão da idade. É o momento de observar e começar a cuidar dos nossos idosos, é um risco. Como está a rotina dessa pessoa? O que ele tem para fazer? Qual entretenimento? Tem amigos? A família está próxima?”, orientou.

“O homem tem um índice maior porque envolve uma questão da honra. Ele tem que conseguir, senão é como se fosse fracassar duas vezes”, analisou Carla.

A psicóloga Disete Devera, professora da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) nos âmbitos da Saúde Mental, Saúde Coletiva, Atenção Psicossocial, Reforma Psiquiátrica e Políticas Públicas, defende a criação de espaços de promoção de vida e compartilhamento, como ocupações do espaço público e atividades em centros comunitários.

“As pessoas com 50 anos ou passando por esse lugar fazem uma pergunta muito concreta: o que quero para minha vida e o que fiz com ela até hoje?”, apontou. “Em quais laços afetivos e sociais a gente vive espaços que dariam conta desse tipo de interrogação sobe a vida?”.

ONDE BUSCAR AJUDA? 

CVV (Centro de Valorização da Vida), telefone 188, e nas cidades:

Americana
Caps Adulto: encaminhamento nos postos de saúde
Caps Infantil: Rua Joaquim Pupo, S/N. Telefone: 3407.5010
Caps AD: Avenida Cillos, 492, Vila Pavan. Telefone: 3405.7595
Plantão psicológico na Rodoviária de Americana, terças, das 16 às 21h, para maiores de 18 anos

Hortolândia
Caps Infantojuvenil: Rua Antonio Biassi Filho, 89 – Parque Hortolândia. Telefone 3897.1719
Caps Vida: Rua João Cancian, 161 – Parque Hortolândia. Telefone 3819.6852
Caps Álcool e Drogas: Rua João Fructuoso de Miranda Filho, 460 – Parque Hortolândia. Telefone: 3897.5920

Nova Odessa
Caps: Rua Bento Toledo Rodovallo, 149 – Jardim Fadel. Telefone: 3476.6051

Santa Bárbara d’Oeste
Caps Álcool e Drogas: Rua José Fernando Mollon, 245, Mollon. Telefone: 3464.9400
Caps II e Núcleo Infantojuvenil: Rua Floriano Peixoto, 5, Vila Balan. Telefone: 3464.9424

Sumaré
Caps Infantil e Adulto: encaminhamento nos postos de saúde.

Publicidade