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Americana

Curso ministrado pela Apae tenta suprir carência em libras

Lei municipal de 2019 exige profissionais capacitados em órgãos públicos, mas falta conhecimento, dizem professoras da Apae

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28 de março de 2021, às 10h54 • Última atualização em 29 de março de 2021, às 11h21

Em busca de suprir uma carência de profissionais preparados para o atendimento ao surdo, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Americana promove desde 2010 um curso de libras em suas instalações, no Parque Residencial Nardini.

Por meio das aulas, a entidade também tenta colaborar para o cumprimento da lei municipal 6.318, de 2019, que exige amplo atendimento às pessoas com deficiência auditiva nos órgãos da administração pública direta e indireta.

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O texto estabelece que, nessas instituições, 5% dos funcionários devem ter capacitação básica em libras. A lei tem como origem uma proposta feita pelo então vereador Luiz da Rodaben (Cidadania), que hoje comanda a Secretaria Municipal de Habitação.

“O curso vem, de antemão, suprir essa necessidade de o município ter esses profissionais preparados para o atendimento ao surdo”, diz uma das professoras do curso, Katia Cirlene de Amorim, de 47 anos, que também dá aulas de libras na FAM (Faculdade de Americana).

Segundo ela, falta conhecimento sobre a legislação na cidade. Inclusive, no caso da docente, o problema se estende até a vida pessoal.

Iracema e Katia fazem parte do corpo docente da Apae; entidade tenta ampliar o conhecimento sobre a linguagem de sinais.JPG – Foto:

Sua filha, de 22 anos, que é surda e está gestante, precisou de atendimento especializado na UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Galo, mas os profissionais da unidade não tinham conhecimento sobre a lei e disseram que não havia uma pessoa com capacitação em libras no local.

Por fim, depois de uma conversa entre Katia e a atendente, a UBS disponibilizou um intérprete por meio de videoconferência. A história foi relatada pela professora, que elogiou o serviço.

“O intérprete ficava em uma videochamada, que funciona super bem. Isso precisa ser divulgado, porque, se os outros lugares não sabem, eles não vão priorizar o direito”, afirmou. Procurada pela reportagem, a prefeitura não se manifestou.

No Fórum, tradutores e intérpretes prestam serviços por meio de um cadastro no Portal de Auxiliares da Justiça e recebem uma remuneração. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) também aponta que “não há impedimento de uma pessoa prestar serviço voluntário para interpretação em libras, desde que seja seu desejo e de que exista comprovada qualificação”.

“A gente está vendo que os órgãos públicos estão buscando conhecimento para capacitar seus profissionais, estão buscando algumas parcerias de algumas empresas que têm intérpretes, mas ainda têm muito o que melhorar”, declara outra professora do curso, Iracema Aparecida dos Santos Ferreira, de 48 anos, diretora do Centro de Formação Profissional da Apae Americana e coordenadora nacional de Educação Profissional, Trabalho e Renda.

CURSO. As matrículas para o curso da Apae Americana estão abertas. As aulas das novas turmas vão começar após a fase emergencial do Plano São Paulo de combate ao novo coronavírus (Covid-19).

O curso básico tem dois módulos, cada um com carga horária de 20 horas e taxa de inscrição de R$ 400. No módulo 1, haverá duas turmas, sendo uma com aulas às quartas, das 19 às 21 horas, e a outra com atividades aos sábados, das 8 às 10 horas. O módulo 2, por sua vez, terá apenas uma turma aos sábados, das 10 às 12 horas.

Também há um curso de interpretação e tradução para pessoas que já tenham conhecimento básico em libras. Existem três níveis, cada um com carga horária de 30 horas e taxa de inscrição de R$ 800. As aulas serão aos sábados, das 8 horas às 10h30 e das 10h30 às 13 horas, com possibilidade de abertura de novas turmas a depender da demanda.

As matrículas podem ser feitas pelo telefone (19) 2108-9396, pelo WhatsApp (19) 99285-1647 ou por e-mail.

De acordo com Iracema, os cursos visam facilitar a comunicação do surdo e capacitar profissionais para o mercado de trabalho. “Independentemente da profissão que a pessoa tem, o mercado hoje está bem aquecido nessa área, em busca de profissionais que fazem libras”, completa.

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