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Americana

Costureira espera implante há mais de 40 dias

Maria Regina de Paula Melo, de 62 anos, está internada no Hospital Municipal de Americana

Por Marina Zanaki

10 de dezembro de 2019, às 10h26 • Última atualização em 10 de dezembro de 2019, às 11h25

A costureira Maria Regina de Paula Melo, de 62 anos, aguarda desde o início de novembro no Hospital Municipal de Americana por um CDI (Cardiodesfibrilador Implantável), uma espécie de marca-passo que regula os batimentos cardíacos.

A Justiça concedeu no dia 19 de novembro um pedido de liminar determinando a implantação do aparelho, mas até a noite desta segunda-feira ela ainda aguardava a realização do procedimento.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Antonio, marido da costureira, mostra atestado que diz que esposa pode ter morte súbita

O motorista Antonio de Melo, de 63 anos, marido da costureira, disse que está desesperado com o diagnóstico e a espera. Ele contou que a esposa faz tratamento contra arritmia há cinco anos, mas que no início do mês passado passou mal e que chegou a 180 batimentos por minuto.

Maria Regina foi levada para o HM e desde então aguarda o CDI. O aparelho pode custar entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. Além disso, a cirurgia para implantação custa entre R$ 2 mil e R$ 4,5 mil.

“Ela está estável, dia sim dia não toma soro para manter veia ativa, e aguardando na fila. Tenho um atestado médico que diz que ela pode ter morte súbita a qualquer momento, aí que está a minha preocupação. Eu estou desesperado, com medo de perder minha velhinha, tenho 40 anos de casado”, desabafou o motorista nesta segunda.

A família entrou na Justiça contra a Secretaria de Saúde de Americana para obrigar a implantação do CDI. No processo, o município argumentou que trata-se de procedimento de alta complexidade e que a responsabilidade é do Estado. A Justiça concedeu o pedido de liminar, mas determinou que a Secretaria Estadual de Saúde fosse incluída na ação.

A pasta estadual, ao ser intimida da decisão, alegou que não é legítimo conceder “salvo conduto” para que a paciente fuja do modo de atendimento da rede pública, “em detrimento de outras pessoas que também aguardam na fila de espera”.

Ao LIBERAL, a Secretaria Estadual de Saúde disse que a paciente aguarda vaga por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) e garantiu que será viabilizada a transferência para um serviço de referência, mas não informou quando isso vai acontecer.

“Cabe deixar claro que apenas a disponibilidade da vaga para atender a paciente não basta. É preciso que ela esteja em condições clínicas estáveis e livre de infecções”.

A Prefeitura de Americana disse que a paciente segue internada sob cuidados de cardiologista. “Ressalta-se que, mesmo o HM tendo informado sobre a urgência para o procedimento, até a presente data não houve manifestação favorável por parte do Estado”, finalizou a Secretaria de Saúde.

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