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PREFEITURA

Correção: Prefeitura de Americana não deve fechar ano com R$ 100 milhões em caixa

Diferente do informado pelo LIBERAL, valor no caixa da prefeitura deve ser menor ao final de 2020, segundo prefeito Omar Najar

Por João Colosalle / André Rossi

23 de outubro de 2020, às 11h34 • Última atualização em 23 de outubro de 2020, às 12h07

Diferente do publicado pelo LIBERAL em reportagem nesta sexta-feira (23), a Prefeitura de Americana não deve fechar o ano com R$ 100 milhões em caixa.

Segundo o prefeito Omar Najar (MDB), a expectativa é de que o balanço ao final de 2020 tenha um saldo menor nas contas do governo, já que ainda restam pagamentos do funcionalismo, de obras e outros compromissos assumidos pela administração.

Nesta quinta-feira (22), Omar havia dito que a prefeitura estava fechando um balanço com R$ 100 milhões em caixa. A afirmação foi interpretada pelo jornal como um fechamento já considerando o restante do ano.

“Nós, graças a Deus, com todo esse trabalho que foi feito, a gente conseguiu, o município de Americana, depois de muitos anos, estar fechando um balanço com quase R$ 100 milhões”, disse Omar.

Em entrevista ao LIBERAL nesta sexta-feira, o prefeito esclareceu que os R$ 100 milhões se referem ao que consta atualmente nas contas da prefeitura.

Esta informação, do valor em caixa, já havia sido revelada por Omar ainda ontem, em conversa com jornalistas durante a inauguração de um reservatório de água no bairro São Luiz.

Nesta sexta, o governo também enviou ao jornal um relatório dos recursos que, atualmente, o município tem em caixa.

“Até o final do ano a gente tem compromisso. Tenho que pagar 13º, algumas licitações que foram feitas, que vamos ter que usar este recurso”, comentou Omar nesta sexta, em entrevista ao LIBERAL. “Se for somando tudo isso, vai baixando o saldo, evidentemente”.

A estimativa, segundo a Secretaria Municipal da Fazenda, é que o governo feche as contas de 2020 com um saldo de R$ 50 milhões.

“Pretendemos deixar a prefeitura com fornecedores pagos. Vamos pagar tudo o que foi adquirido na nossa gestão”, disse Omar, que lembrou que a administração ainda enfrenta ações judiciais e cobranças de fornecedores de gestões anteriores.

Segundo o prefeito, o saldo nas contas da prefeitura em outubro deste ano é mais do que o dobro do que no mesmo período de 2019. No ano passado, o valor era de R$ 41 milhões.

Contexto

A fala de Omar sobre as contas do município foi motivada pelas críticas de parte dos vereadores durante a sessão da câmara nesta quinta.

Um projeto do Executivo prevê a venda de uma área da prefeitura para o DAE (Departamento de Água e Esgoto), o que gerou questionamentos sobre a opção pela venda, e não por uma doação, já que é de interesse do próprio município.

“Eu vou deixar pago salário do mês de dezembro para o próximo prefeito, pago 13º, pago todos os fornecedores no meu período. E quando eu terminar dia 31, vou passar para a imprensa o extrato. Então não é verdade que a prefeitura está fazendo negociação com o DAE, utilizando dinheiro do DAE”, rebateu Omar, na quinta.

Questionado pelo LIBERAL sobre a posição dos vereadores, Omar relembrou que no início do seu mandato tampão, em 14 de janeiro de 2015, a autarquia tinha uma dívida de R$ 44 milhões. Agora, em 2020, o DAE tem pouco mais de R$ 30 milhões “sobrando no banco”.

“Nós não vamos sair devendo nenhum tostão para o DAE e graças a Deus não vamos precisar de dinheiro do DAE neste ano. Os outros anos foram difíceis, mas esse ano vamos passar com saldo em banco e tá lá para todo mundo ver. População de Americana tem o direito de saber”, afirmou Omar.

No entanto, o prefeito pondera que seu sucessor “vai sofrer” porque existem muitas dívidas que foram deixadas por governos anteriores. Balanço de outubro de 2016 divulgado pela prefeitura apontava que a dívida herdada de outras administrações era superior a R$ 1,2 bilhão.

Já em dezembro de 2014, a CEI (Comissão Especial de Inquérito) do Calote mostrou que pelo menos 67 empresas tinham valores a receber da prefeitura. O débito ultrapassava R$ 306 milhões, dos quais R$ 176,8 milhões eram referentes ao ano de 2014.

“Nós temos só de precatórios quase R$ 270 milhões. E o próximo prefeito vai ter que fazer um equacionamento para ver se consegue pagar dentro do possível. Nós temos alguns processos de fornecedores da outra administração que estão sendo discutidos na justiça”, comentou Omar.

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