Nenhum óbito
Coronavírus contaminou 382 crianças em Americana
Crianças até 12 anos representam 2,5% do total de positivos em Americana; entre infectados, cinco precisaram de internação
Por Marina Zanaki
21 de abril de 2021, às 08h57 • Última atualização em 22 de abril de 2021, às 15h12
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/coronavirus-contaminou-382-criancas-em-americana-1495322/
O novo coronavírus (Covid-19) infectou 382 crianças em Americana desde o início da pandemia, em março de 2020. Segundo levantamento realizado pela Vigilância Epidemiológica a pedido do LIBERAL, foram 197 casos em crianças de até 12 anos em 2020. Este ano, em menos de quatro meses, foram 185 infectadas.
O pediatra Tadeu Fernandes, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), explicou que as crianças geralmente não adoecem com gravidade quando contraem a doença.
Do total de contaminadas em Americana, cinco precisaram de internação. A cidade não registou nenhum óbito em paciente contaminado por coronavírus nessa faixa etária.
As crianças representam 2,5% do total de 15.212 casos positivos da cidade. Contudo, o número pode ser muito maior. Tadeu indicou que muitos casos em crianças e adolescentes são assintomáticos.
O médico indicou quatro motivos para a baixa taxa de infecção e complicações entre crianças por coronavírus. O primeiro é que os pequenos têm menos receptores para o vírus do que um adulto. O segundo se refere à imunidade cruzada adquirida pelas crianças por meio da contaminação com outros coronavírus menos perigosos em circulação.
O médico lembrou que o sistema imunológico das crianças é mais forte do que, por exemplo, dos idosos. Por fim, ele indicou que um estudo realizado no estado de Santa Catarina apontou que a exposição frequente a diversas vacinas durante a infância torna a resposta imunológica das crianças mais ativa, o que também pode ajudar a reduzir a gravidade da Covid-19.
Síndrome
Cientistas do Reino Unido identificaram a ocorrência de um processo inflamatório que pode ocorrer após a contaminação por coronavírus em crianças e adolescentes. Com incidência rara, a Síndrome Multissistêmica Pós-Covid-19 pode surgir semanas após o organismo deixar de ter o vírus.
Os sintomas são febre, conjuntivite, manchas vermelhas, problemas gastrointestinais, inchaços nas articulações, tosse e falta de ar. Uma menina de 13 anos morreu em Campinas, em fevereiro deste ano, após desenvolver a síndrome rara da doença.
“A incidência é muito rara e ainda não é nossa preocupação por enquanto. Mais de 90% dos casos em crianças são de forma assintomática ou leve”, disse o pediatra.
O LIBERAL perguntou à Prefeitura de Americana se a cidade registrou algum caso de Síndrome Multissistêmica Pós-Covid-19 no início da noite desta terça, mas o município explicou que devido ao horário não conseguiria checar com todos os hospitais da cidade.