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Americana

Coordenador do Capsi ressalta aumento de abusos e necessidade de prevenção

Ao LIBERAL, Valdir Dusson diz que equipe de centro de atenção a menores percebeu alta na demanda de vítimas de abusos

Por Maria Eduarda Gazzetta

19 de setembro de 2021, às 09h32

Valdir Dusson, coordenador do Capsi, diz que é necessário fazer trabalho de prevenção para evitar casos - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

No período de um ano e seis meses desde o início da pandemia da Covid-19, o coordenador do Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil), em Americana, Valdir Dusson, diz perceber um aumento na quantidade de casos registrados de abusos sexuais em crianças e adolescentes.

“Com as crianças ficando mais em casa, a quantidade desses casos teve uma elevação muito grande”. Apesar de não precisar o número das ocorrências de abusos, o coordenador explica que toda a equipe do serviço percebeu o aumento na demanda no dia a dia. “Toda semana chegavam situações relacionadas. Falávamos ‘chegou mais um, chegou mais dois’.

O coordenador que está há três anos à frente do Capsi, que ganhou um novo espaço nesta semana, no Jardim São José, relatou que a quantidade de casos envolvendo crianças de abuso sexual “foi assustadora”.

Em entrevista ao LIBERAL na última sexta-feira, Valdir disse que os profissionais estão na expectativa na retomada das aulas da unidade.

“A escola é uma rede de proteção e muitos professores detectam situações de alunos que sofreram abusos e acabam encaminhando aqui para o Centro e que, se não fosse a escola, passaria desapercebido”, comentou.

Uma pesquisa divulgada pela IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) neste mês, com base em dados de 2019, revelou que um em cada sete adolescentes brasileiros em idade escolar já sofreu algum tipo de abuso sexual ao longo da vida.

Para o coordenador do Capsi, é necessário criar e trabalhar em projetos preventivos para a diminuição nos casos. “Para crianças e adolescentes de todas as idades é importante estes trabalhos. Você leva informações, interações sociais, capacita a pessoa a desenvolver iniciativa e autoproteção. Isso é o básico”, enfatizou Valdir.

Atendimento. Valdir explicou que uma vítima pode ser encaminhada para o Capsi espontaneamente, como, principalmente, no caso de adolescentes, ou ser levada por um parente ou pelo Conselho Tutelar.

No Centro é realizado um acolhimento com a vítima, feito por um profissional de psicologia, e que, dependendo do caso, pode passar por atendimento psiquiátrico.

“Depois de um tempo acompanhando, ela pode ser inserida em uma oficina terapêutica. Em todos os casos, seja de abuso ou não, queremos que a pessoa tenha uma perspectiva: que dá para sobreviver e avançar. A ideia é diminuir o impacto que essas questões causam na vida da criança e do adolescente”, disse o coordenador.

Capsi. A nova sede do Caps Infanto-Juvenil foi inaugurada na manhã de quarta-feira, no Jardim São José, ao lado da antiga UPA (Unidade de Pronto Atendimento) São José. Com o novo local, a coordenação do centro pretende ampliar os atendimentos com o retorno dos grupos e implantar novos projetos como a oficina de culinária, horta terapêutica e as de convivência.

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